Em louvor ao Dia Internacional da Mulher, o distrito São João – Conceição do Coite, município do território do sisal da Bahia, localidade onde morava Dona Maria José, grande liderança da região, que fez sua páscoa em 11 de abril de 2023, foi o grande palco de um Sarau de lançamento do filme sobre sua trajetória de ativismo, um audiovisual intitulado “Maria José,: Ser-Tão de Fibra – Ternura e Fé”.
Uma noite que entra pra história da Comunidade territorial sisaleira, sobretudo do município coiteense. Evento da cultura do bem viver, em rede solidária, com artes integradas, cantoria de Dona Teco (agricultora familiar), recital de flauta e de poesia de Maria Fernanda Sena (da neta de Dona Maria José), com dança da UATI (Universidade Aberta à Terceira Idade – UNEB – XVI), performance do poeta Fredson Costa e do cantor Bruka Brukutu em apologia ao ser Mulher.
Um “Espaço Aberto” à diversidade cultural com cultura da oralidade ancestral, cantiga de roda com mulheres, ludicidade, artes integradas para todas as idades, classificação livre, “sem contra indicação e sem prazo de validade”. Arte de verdade!
O Sarau da Maria foi de fato e de direito um verdadeiro caldeirão cultural, aquecendo o lançamento do Cinema Popular na Praça pública sobre a História da grande homenageada, Dona Maria José, bem como memória ao Dia Internacional da Mulher.
O filme narra a trajetória de Dona Maria José Costa de Araújo, uma costureira, agricultora familiar e ativista dos movimentos sociais desse Território supramencionado. A primeira mulher na Bahia a ocupar o espaço de poder, enquanto diretora de uma instituição sindical de trabalhadores, na Bahia, segundo depoimento, extraído do documentário, do depoente Urbano Carvalho, liderança sindical e atualmente vereador (PT/Coité).
O vídeo documentário coloca no centro das atenções o protagonismo de uma mulher, que deu a sua vida em defesa dos direitos da gente do campo, a partir do SINTRAF Coité e do Coletivo de Mulheres da Agricultura Familiar do Nordeste brasileiro.
Além de sua história de superação, uma vez órfã de mãe, aos 13 anos. A terceira de uma família de 10 irmãos, ela passa a assumir o papel de mãe da casa, nos anos 50, na Comunidade de Ipuerinha (zona rural de Coité). E, aos 35 anos, já na década de 70, muda-se pra o Distrito de São João, após casamento com o Senhor José Nunes de Araujo, local onde Dona Maria José funda Associação Comunitária, Coletivo de Mulheres, base sindical do SINTRAF e desponta com uma liderança do segmento da agricultura familiar, no Território e no Estado da Bahia, enquanto ativista dos direitos da Mulher e do homem do campo. Tendo como lugar de fala, o SINTRAF Coité e o Coletivo Mulheres.

Sob direção de Gilcimar Pereira (comunicólogo e ativista dos Movimentos Sociais) e de Fredson Costa (poeta – filósofo e ativista cultural), o audiovisual intitulado “Maria José-Ser-Tão de Fibra – Ternura e Fé” é um projeto fílmico vencedor do Edital Lei Paulo Gustavo (Coité) 2024, promovido pelo Governo Federal, através do Ministério da Cultura, em parceria com as unidades federativas e os municípios brasileiros, a exemplo de Conceição do Coité/Bahia, através do Departamento de Cultura (Prefeitura).
O Sarau de Lançamento do filme teve o apoio, também, do SINTRAF Coité, da FATRES, da Fundação APAEB, da UNEB – Campus XIX, do SICOOB COOPERE, do Ponto Esperançar Padre Elias Cedraz, do Programa Espaço Aberto, da Cedraz Filmagens, do Colégio Estadual do Campo (CEHRA) e da Associação Comunitária do Distrito de São João (Coité).
Eis a razão do vídeo documentário, para além de dar visibilização e provocar reflexão, despertar consciência, sensibilizando o humano-afetivo, empoderar a Mulher, por meio do audiovisual. E, sem perder a dimensão lúdica, poética, alegre e sentimental, ser também material didático-pedagógico pra escolas, comunidades, meio popular, pontos de culturas, mídias diversas. Valorizando a cultura da oralidade, da escrita e da ocupação artística de ruas e praças. Dando visibilidade ao bem imaterial da humanidade, sem deixar se perder no tempo. Constituindo-se em biblioteca e cinema popular itinerante, registro e memória, artes/saberes e (des)sabores de nossa gente, pra posteridade continuar a história, fazendo o futuro do presente. Um motivo de “Educomunicação Continuada e Contextualizada”, do lugar de fala de Dona Maria José pra o mundo.
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Agora em vídeo documentário com Cinema Itinerante. Em breve, relançamento com apoio do CN e da comunidade do Território do Sisal da Bahia, porque o Lugar de mulher é onde ela quiser. É no Cinema na Praça, bote fé: Filme “Maria José: Ser-Tão de Fibra – Ternura e Fé!
Por: Fredson Costa (poeta, filósofo e ativista cultural).