As demissões de quatro mil trabalhadores das fábricas baianas da Vulcabras/Azaleia levaram o governador Jaques Wagner a Brasília para pedir ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, medidas de proteção ao calçado brasileiro na sua guerra desigual contra os produtos chineses. O caso conseguiu uma rara união entre deputados do governo e oposição na Assembleia Legislativa em defesa dos trabalhadores e da economia dos seis municípios afetados com as demissões.
Wagner conversou com Mantega, mas teve um encontro rápido com a presidente Dilma Rousseff, que ontem estava com a agenda cheia.Por essa razão, o governador volta a Salvador para participar de um evento na manhã de hoje e, à tarde, retorna a Brasília, onde fica até a amanhã quando terá mais tempo para tratar do assunto com a presidente.
Debate na Assembleia – O problema da industria calçadista baiana tem sido um dos principais assuntos de discussão nas sessões da Assembleia Legislativa. O deputado Carlos Geílson (PTN) dão posição reclamou que os deputados não podem ficar de “braços cruzados” em relação ao problema.
Nessa linha, seu colega deputado Rosemberg Pinto (PT) informou que os parlamentares participarão de uma plenária, sexta, na cidade de Itapetinga, onde está a sede da Vulcabras/Azaleia na Bahia. O evento contará com a participação dos trabalhadores, prefeitos e comerciantes da região.
Rosemberg fez coro com o secretário da Indústria e Comércio doEstado, James Correia, que culpou o governo federal pelo problema.Os dois defendem a criação de barreiras comerciais para os calçados importados a preços muito baixos. “Se a fábrica da Ford tivesse demitido mil operários, a própria Dilma já teria vindo à Bahia resolver o caso”, ironizou.
Segundo o deputado petista, há oito meses quando apareceram os primeiros sinais do problema, o governo federal foi avisado e o governador Jaques Wagner reduziu a alíquota do ICMS dos calçados baianos em 99%: “A concorrência desleal continuou com os chineses praticando dumping e aí a Vulcabras não aguentou, embora seus diretores tenham errado ao demitir os quatro mil trabalhadores sem nos procurar para continuarmos buscando saídas”, salientou. Rosemberg disse que a empresa está disposta a rever as demissões caso o governo federal baixe alguma medida protecionista.
Fonte: www.acordacidade.com.br