BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acostumado a mobilizar multidões por meio de seus discursos desde os tempos de líder sindical, disparou frases memoráveis, e por vezes inesperadas tratando-se de um chefe de Estado, durante seu período na Presidência.
PONTO G
Inauguração da Barragem João Leite (março/2010)
‘Eu não quero enganar ninguém, mas não quero ser enganado. É essa relação que o Brasil estabeleceu com o mundo. E é por isso que o Brasil é respeitado. É por isso que o Brasil é importante no G20, é importante no G8, é importante no G13, é importante no G4, é importante no G3. Cria um G que o Brasil está lá dentro. Por isso, não tem país mais preparado para encontrar o ponto G do que o Brasil.’
PALAVRÃO
Em cerimônia no Maranhão (dezembro/2009)
‘Eu não quero saber se João Castelo, é do PSDB, eu não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT, eu quero saber se o povo está na merda e quero tirar o povo da merda que ele ficou. Esse é o dado concreto. Lógico que falei um palavrão aqui e amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão. Mas eu tenho consciência de que eles falam mais palavrão que eu todo dia. E eu tenho consciência de como vive o povo pobre desse país. E, por isso, queremos mudar a história desse país.’
PERERECAS
Discurso durante assinatura da ordem de início da duplicação da BR-386, Tabaí-Estrela, e lançamento do edital da duplicação da BR-116 Porto Alegre-Pelotas (julho/2010)
‘Eu falei: Hideraldo (presidente do DNIT), eu quero essa obra, bicho! Trabalhe! Bem, eu sei que o túnel está pronto, falta só iluminar o desgramado. Mas parou seis meses – vocês sabem da história – por causa de uma perereca! Seis meses! Seis meses, que acharam uma perereca que achavam que estava em extinção, para-se a obra e coloca-se o Brasil todo a serviço de uma perereca. Nós sabemos da importância das pererecas, mas não pode parar uma obra tão importante como essa do metrô. Agora eu estou sabendo que o anel viário do Rio de Janeiro também está com o mesmo problema da perereca, e é daquelas pequenininhas.’
MULHERES
Discurso em Porto Alegre (julho/2010)
‘Eu já sou defensor das mulheres ocuparem espaço na política há muito tempo. Acabou o tempo em que a mulher era tratada como objeto de cama e mesa; acabou o tempo em que a mulher, no mercado de trabalho, era tratada como uma força secundária; acabou o tempo em que a mulher era força auxiliar. A mulher não quer mais viver com um homem por causa de um prato de comida, a mulher quer viver com um homem se ela quiser.’
ÁFRICA
Durante visita à Namibia (novembro/2003)
‘Aqui é tudo tão limpinho que nem parece a África.’
CRISE ECONÔMICA
Discurso em Mossoró (julho/2008)
‘A imprensa, de vez em quando, fica doida: ‘Mas, presidente Lula, e a crise americana?’ Perguntem para o Bush. A crise é dele, não é minha.”
Entrevista no ABC paulista (outubro/2008)
‘Eu estou muito confiante de que a crise Americana, se ela chegar aqui. Ela lá é um tsunami, aqui ela vai chegar uma marolinha, que não dá nem pra esquiar.’
Declaração em Brasília (março/2009)
‘É uma crise causada, fomentada, por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis, que antes da crise parecia que sabia tudo e que agora demonstra não saber nada.’
Cerimônia (dezembro/2008)
‘Quando o Mercado teve uma dor de barriga, e não foi uma dor de barriga, foi uma daquelas diarreias insuportáveis, ou seja, quando o mercado teve essa diarreia, quem eles chamaram pra salvá-los? O Estado que eles negaram durante 20 anos.’
MÃE DO PAC
Em discurso no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro (março/2008)
‘A Dilma é uma espécie de mãe do PAC, é ela que cuida, é ela que acompanha.’
PRÉ-SAL
Discurso após coleta do primeiro óleo do pré-sal (setembro/2009)
‘Eu digo, em todos os lugares aonde vou, que estamos indo tão fundo para procurar petróleo que, qualquer dia, a Petrobras traz um japonesinho na sua broca, e aí vai dar um problema internacional sem precedentes.’
Discurso na Bovespa, na capitalização da Petrobras (setembro/2010)
‘Há dez anos eu passava aqui na porta da Bolsa e as pessoas tremiam de medo. ‘Onde é que vai esse comedor de capitalismo?’. E exatamente esse comedor de capitalismo deixa a Presidência da República depois de oito anos como o presidente que participou, de forma honrosa, do momento mais auspicioso do capitalismo mundial.
Nunca antes na história da humanidade nós tivemos um processo de capitalização da envergadura da que a nossa Petrobras está fazendo aqui.’