Os estados desenvolveram nesta quinta-feira (14) uma série de eventos em função do Dia Mundial do Diabetes. No Rio de Janeiro, o Corcovado e o Estádio do Maracanã foram iluminados de azul e, em vários pontos da cidade, profissionais distribuíram panfletos alertando para os riscos da doença e mediram a glicose das pessoas. O objetivo é tentar diminuir os casos sobre o diabetes, problema de saúde que evolui silenciosamente e de fácil tratamento preventivo.
O dia de combate foi criado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), por causa do crescente número de casos em todo o mundo. O procedimento de diagnóstico é feito, geralmente, quando o médico constata que o paciente tem a taxa de glicose no sangue (hiperglicemia) acima do tolerado.
Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade, o sedentarismo, a má alimentação, o consumo exagerado de alimentos ricos em gorduras saturadas de origem animal e o consumo insuficiente de frutas e verduras são os principais causadores da doença.
O diabetes já afeta 382 milhões de pessoas em todo o mundo a estimativa é que, até 2035, este número aumente para 592 milhões de pessoas. Os dados são do IDF. O Ministério da Saúde alerta para o fato de 7,4% da população brasileira já ter sido diagnosticada com diabetes Mellitus.
A doença é uma das cinco que mais mata e tem crescido cada vez mais, porém ela pode ser combatida com uma alimentação saudável, exercícios físicos diários e o emagrecimento sempre que necessário.
Pacientes com diabetes podem retirar o remédio gratuitamente para o controle da doença em 546 farmácias do governo e 23.768 farmácias particulares credenciadas ao Programa Farmácia Popular. Para receber o medicamento, o paciente deve apresentar um documento de identidade, CPF e receita médica, dentro do prazo de validade podendo ser emitida por qualquer profissional de saúde que trabalhe nas redes pública ou privada.
O diabetes foi responsável por mais de 470 mil mortes no Brasil entre 2000 e 2010, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (13), véspera do Dia Mundial do Diabetes.
O número saltou de 35,2 mil pessoas para quase 55 mil pessoas entre esses dez anos, alavacando a taxa de mortalidade de 20,8 para 28,7 óbitos por 100 mil habitantes.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o índice já preocupa, pois a doença crônica mata “quatro vezes mais do que a Aids” no país – e ainda supera o número de vítimas fatais do trânsito. Em 2010, o país registrou cerca de 12 mil óbitos em decorrência do vírus HIV e mais de 42 mil mortos em acidentes de trânsito – no mesmo período, 54,8 mil pessoas morreram de diabetes.
Segundo Padilha, a diferença seria ainda maior se fossem consideradas as doenças em que o diabetes age como fator de risco, como câncer e doenças cardiovasculares. Em 2010, o diabetes foi associado a outras 68,5 mil mortes indiretas, totalizando 123 mil óbitos.
Principais vítimas
As mulheres morreram mais do que os homens nesse período. Em 2010, foram 30,8 mil óbitos de mulheres, contra 24 mil de homens; enquanto, em 2000, morreram 20 mil mulheres e 14 mil homens. Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, comandada pela pasta em 2011, a prevalência de diabetes é de 5,6% da população adulta, afetando 6% das brasileiras e 5,2% dos brasileiros.
Já por faixa etária, a mais afetada é a acima dos 80 anos, com 15,7 mil falecimentos. O número de 2010 mais do que dobrou nos últimos dez anos: em 2000, foram 6,8 mil mortes de idosos diabéticos com mais de 80 anos.
Além disso, o estudo aponta que a maior concentração de óbitos pela doença está na população menos escolarizada. Foram 24 mil mortes de diabéticos que tiveram até três anos de escolaridade em 2010.
O levantamento, porém, apontou estabilização no número de internações decorrentes do diabetes feitas nos primeiros semestres dos últimos três anos. Foram registradas, em média, 72 mil hospitalizações.
Para o ministro, o fato se deve às ações desenvolvidas pela pasta, como oferecer medicamentos gratuitos. Desde o início da gratuidade, em fevereiro de 2011, mais de 4 milhões foram favorecidas. O acesso à medicação adequada fez o número de atendimentos saltar de 306 mil em janeiro de 2011 para 1,4 milhão em outubro de 2012.
Fontes : Agência Brasil / UOL