Por ser candidata a implantar uma das duas usinas termonucleares previstas no Plano Nacional de Energia Elétrica (PNE-2030), a Bahia foi cenário do 4 º Workshop de Energia Nuclear do Nordeste realizado nesta sexta-feira (3), pelas secretarias estaduais de Infraestrutura, SEINFRA e da Indústria, Comercio e Mineração, SICM. O evento realizado, no Gran Hotel Stella Maris Resort & Conventions, contou com a presença de empresários, engenheiros, a comunidade acadêmica, ambientalistas, membros da administração pública, imprensa e demais integrantes da sociedade civil.
Representando o governador do Estado da Bahia, o secretario estadual de Infraestrutura, Wilson Brito Filho, abriu o Workshop declarando que o estado vai entrar na disputa para alocar a central nuclear nordestina. Isso porque a Bahia é um dos quatros estados (mais Sergipe, Alagoas e Pernanbuco) onde a Eletronuclear está aprofundando estudos para indicar a Presidência da República quais os locais tecnicamente mais indicados para abrigar até seis mil MWe, necessidade indicada no Programa Nacional de Energia – 2030.
“Já estamos investindo em energia eólica e solar. Precisamos garantir uma qualidade de vida melhor para a população. Sabemos do impacto ambiental que a energia nuclear poderá provocar mas iremos discutir os pros e os contras com a população. E mais: o estado abriga em um de seus municípios, uma mina de urânio – a única em operação no Brasil. Por que não enriquecermos urânio também?”, declarou.
Wilson ainda afirmou que a Bahia precisará acompanhar o desenvolvimento que o crescimento de 5% do PIB irá promover.
Paulo Guimarães, superintendente da Secretaria Estadual de Indústria e Comercio confirmou o que Brito falara e acrescentou: “vamos enfrentar o preconceito que a energia nuclear tem. É preciso que a discussão seja desprovida de preconceitos”.
Logo em seguida, o secretario-adjunto de Minas e Energia de Alagoas, Geoberto Espirito Santo, lembrou que há um ano este evento aconteceu no seu estado e os resultados sobre quebra de preconceitos já podem ser vistos.
Já Odair Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, foi enfático ao dizer que “não é verdade que hoje haja preconceito contra energia nuclear”. Defendeu a tese que não há pros e contras e disse: “Existem riscos, mas riscos controlados deixam de ser riscos. É tranqüilo afirmar que quase não existe risco. Precisamos discutir riscos e benefícios”, fala.
Alfredo Tranjan, presidente da Indústrias Nucleares do Brasil – INB, contou que está há 35 anos no setor e lembrou que quando os profissionais da área iam fazer uma palestra era para defender energia nuclear. “Mas hoje, quando vemos uma platéia jovem, interessada em conhecer mais nossa indústria, ficamos muito feliz”.
O resgate – A representante do presidente da Eletrobras, engenheira Olga Simbalista,lembrou que durante muitos anos a energia nuclear foi abandonada, esquecida. No governo Lula, com a ministra Dilma , começou o resgate. Hoje sabemos que essa fonte de energia é da maior importância para o país.
Edson Kuramoto, presidente eleito da Associação Brasileira de Energia Nuclear – Aben – também registrou sua impressão ao ouvir, em encontros e seminários, pessoas que não são do setor, como parlamentares, professores, empresários, falarem de energia nuclear: “é uma realização para quem trabalha na área”. O engenheiro ainda destacou a importância do Governo Federal traçar uma política de desenvolvimento. “Quando o Programa Nacional de Energia PNE-2030 foi divulgado, a necessidade de energia nuclear ficou clara. Uma política que provoca um desenvolvimento sustentável no país dá esperança a engenheiros e técnicos mostrando que há uma área que está se desenvolvendo”.
O representante do ministro de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, confirmou que a retomada e a reavaliação da necessidade de se ampliar o Programa Nuclear Brasileiro foram constatadas a partir do momento em que o Brasil criou programas de longo prazo. “Estamos desenvolvendo todos os estudos necessários para a escolha de sítios onde serão instaladas as novas usinas, em particular da região Nordeste”. Altino ainda disse que é “desejável” a presença da iniciativa privada nesses projetos e que o Governo está buscando os melhores meios para isso.
A exemplo de Pernambuco, Alagoas, e Sergipe, a Bahia agora está tendo a oportunidade de discutir sobre a implantação de usinas termonucleares. “O estado hoje se prepara para um novo tempo, marcado pela implantação de projetos na área de energia que o beneficiarão na economia e geração de mais emprego e renda” afirma Silvano Ragno, superintendente de Energia e Comunicações da Seinfra.
Estiverem presentes ao evento o presidente das Indústrias Nucleares do Brasil, INB, Alfredo Tranjan Filho, o assistente da presidência da Nuclebrás Equipamentos Pesados, Nuclep, Paulo Eduardo Cardoso, o vice presidente executivo da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares, ABDAN, Ronaldo Fabrício, o assistente da Presidência da Eletronuclear, Armindo D’Ascenção Silva, o deputado Federal e Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, Mário Negromonte, os deputados Federais, João Leão e Jânio Natal, o deputado estadual eleito, Mário Negromonte Júnior, a deputada estadual, Eliana Boaventura, o deputado estadual, Aderbal Caldas, o secretário estadual da agricultura, Eduardo Salles, o secretário da fazenda, Carlos Martins, o procurador geral, Rui Moraes, o procurador chefe, Paulo Moreno, o Cônsul Honorário da França, Pierre Sabaté e o superintendente de Energia e Comunicações da secretaria estadual de Infraestrutura, Silvano Ragno, entre outros.
Ascom/Seinfra