O processo eleitoral começa a esquentar na cidade de Valente, pois há menos de dois anos da campanha especula-se quatro nomes dentro do grupo político liderado pelo prefeito Ubaldino Amaral (PSC) como pré-candidatos a sua sucessão nas eleições de 2012. Para Amaral, aquele que estiver na melhor posição na pesquisa de opinião popular e unir todos os partidos que formão a base do grupo, este será o nome que receberá o seu apoio. Nos comentários dos “pontos de cafezinhos”, aqueles locais onde política é sempre a pauta principal, é fácil de identificar os nomes do secretário de Educação, Marcos Adriano Oliveira de Araújo, do ex-vereador e funcionário do Banco do Brasil, Ivanilton Araújo, do empresário Zenóbio Cedraz e do médico Gelson Carneiro.
O CN conversou com cada um deles: dos quatro, dois nunca disputaram processos eletivos e um nunca exerceram atividade pública, sempre teve as atividades voltadas para o ramo empresarial, que é o caso de Zenóbio Cedraz,
filho do ex-prefeito João José, “Nenezinho” e irmão do Ministro do Tribunal de Contas da União. Zenóbio teve trabalho para lembrar a que partido era filiado, sendo necessário apelar para o amigo Timóteo Almeida e perguntar que legenda ele era filiado, lembrando apenas que era a mesma de Dr. Gelson. Depois de ficar sabendo que pertencia ao quadro do PRB, ele disse ao CN que nunca teve pretensão de ser candidato a nenhum cargo, apesar de ter sido convidado por diversas vezes, inclusive em 1988, e por não aceitar ao convite, seu pai disputou a eleição naquela época, ganhando pela primeira vez a Prefeitura de Valente. “Hoje eu moro em Valente por opção de escolha, logo que me separei e estou muito grato por saber que meu nome esta sendo lembrado. Isto demonstra que tenho amigos e bom relacionamento com todos os grupos, porém isto não esta no meu projeto”, falou.
Na conversa, ele deixou escapar que durante uma festa agrícola em Salvador, Mateus, um dos netos do falecido Evandro Mota, chegou a propor que aceitasse a empreitada, pois poderia ser candidato único diante do bom relacionamento que tem com os dois principais grupos políticos existentes no município. “Política é coisa séria e de muita responsabilidade, pois mexe com a vida das pessoas e necessita de tempo integral para esta função”, concluiu.
O professor Marcos Adriano, (PSC), 40 anos, casado, pai de dois filhos, formado em biologia, já exerceu a função de diretor da Escola Wilson Lins,está há sete anos a frente da Secretaria de Educação e nunca colocou seu nome para apreciação popular. Ele adenite que realmente sonha com esta oportunidade e credencia o crescimento do seu nome, principalmente entre os jovens, ao trabalho que realiza na pasta da dirige e as atividades realizadas no esporte, em todas as modalidades, quando este setor era ligado a SME. “O que tem me animado é que a citação do meu nome não esta vindo de cima e ninguém está indicando, são comentários surgidos pelo bom trabalho que estou realizando”, pontuou.
Ele admite querer ser o candidato, mais garante que é “grupo” e vai apoiar que for o escolhido. “Sei das minhas limitações financeiras, sou de família pobre e não tenho sobrenome conhecido da política tradicional”, reconheceu.
O ex-vereador Ivanilton Araújo (PSDB), acha muito difícil que o nome de Marcos Adriano seja o escolhido, mesmo com o bom trabalho que tem realizado com secretário de educação. Esta visão é em função do pouco tempo que esta na militância política e toda como base a experiência dele que está há 30 anos na ativa e já foi vereador e candidato a prefeito. “Eu sou candidato a vereador, porém todo qualquer desafio que o grupo determinar. Posso ser candidato a prefeito, vice, vereador. O que eu quero é contribuir e tudo depende do grupo e de Ubaldino”, finalizou.
Todos os entrevistados foram unânimes em afirmar que abririam mãos dos seus desejos, caso o médico e ex-prefeito Gelson Carneiro aceitasse ser candidato. Para os mais otimistas, sendo Carneiro o candidato, poderia acontecer um fato inédito no momento atual da política e este seria candidato único. Hipótese totalmente descartada pelo médico.
Segundo Gelson Carneiro, seria necessário tempo integral para o mandato e sua atividade privada exige “muito”, o que torna inviável. Quando exerceu a função entre 1982/88, teve que afastar um ano (1987), ficando o seu vice-prefeito Edson Carneiro Lima no exercício, “já por causa das minhas atividades pessoais”, afirmou.
“Sei que meu nome é uma opção do povo, que reconhece os trabalhos que presto na medicina e na área social. Faço isto por dever de servir a quem mais necessita e não tenho pretensão e ser candidato a nada, vou apenas apoiar”, afirmou.
Fatos da política de Valente – Apesar da existência de diversos partidos políticos no município, na prática eles fazem parte de quatro grupos sob a liderança de Nenezinho, Ubaldino Amaral, do qual pertence o médico Gelson Carneiro, o PMDB da família Mota e o PT, com as tendências ligadas a Ismael Ferreira, que disputou a eleição de 2008 para prefeito e da vereadora Maria Madalena Firmo, “Leninha”.
Para o fotógrafo Lucas Miranda, há um momento jovem querendo um nome novo e já há movimento neste sentido com alguns carros aditivado com as letras M.A. 2012, em sinal de apoio ao secretário Marcos Adriano. “Aqui em Valente nós queremos uma continuidade com mudanças”, afirmou o estudante Paulo Sérgio Oliveira, 19 anos, residente no Bairro da Piana.
Com aproximação da viúva do líder político Evandro Mota, Marlene Mota e da sua filha Isabela Rios Mota ao prefeito Ubaldino Amaral, a possibilidade do PMDB fechar com o PT na eleição de 2012, a exemplo do que aconteceu em 2008, é cada vez mais remota, mesmo Isabela Rios afirmando ao CN que ela e sua mãe não irão fazer campanha para ninguém, colocando em prática os ensinamentos do pai, que era não se indispor com ninguém. “Ouça, mas não responda. Assim meu pai costumava dizer”, falou.
Dona Marlene foi mais além e disse que o futuro só Deus pode prever. Ela respondeu assim ao ser questionada sobre sua posição em 2012, pois em 2008 foi candidata a vice-prefeita na chapa de Ismael Ferreira.
Para o ex-vice-prefeito Edson Carneiro Lima, esta novela da escolha do nome do grupo que irá disputar a sucessão de Ubaldino deverá encerrar em junho de 2012, no limite do prazo, como vem se tornando uma tradição no município. Para ele, o grupo tem bons nomes e muito fácil de ganhar a eleição.
Enquanto a equipe do CN esteve no Estádio Evandro Mota na manhã do último domingo (06) e no almoço servido no Restaurante Pé de Pau, onde a “política” era a pauta principal e o cardápio do dia, não se ouviu citar a inclusão dos nomes do vereador Reginaldo Mota Barreto (PRB), conhecido por Regi do Bingo e do vice-prefeito Eduardo Cedraz, que em outros momentos públicos, principalmente Rege, que durante a campanha de 2010, quando apoiou a candidatura do deputado Tom Araújo, o mais votado no município, declarou que disputaria a eleição para prefeito em 2012 pelo grupo de Ubaldino.
Na série de reportagens “Rumo a 2012”, dentro em breve veicularemos uma sobre a movimentação na oposição de Valente, onde até o momento aparece o nome considerado natural do líder comunitário Ismael Ferreira.
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OBS: esta enquete pode ser votada até 20/03/11
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Por: Valdemí de Assis