Depois de quase 12 horas de clima de tensão em frente à delegacia de Conceição do Coité, onde centenas de pessoas se aglomeram depois de tomarem conhecimento de que os dois acusados de matar o açougueiro José Ivo, 47 anos, a golpes de facão estariam detidos naquela especializada.
Com um grande número de pessoas protestando a todo o instante a polícia sentiu que não poderia manter a dupla presa na delegacia e por medida de segurança, solicitou reforço de Serrinha.
Por volta das 17h40, três viaturas da militar e uma da civil foram estacionadas e colocadas em posições estratégicas, a equipe do CN ficou atenta a movimentação e viu uma das viaturas passar em velocidade pela Avenida Luiz Eduardo sentido Serrinha, e acompanhou a viatura. Chegando ao contorno o veículo parou e dois minutos depois um Fiat Strada, comum cavalete usado na construção sobre a lona da carroceria parou logo a frente da viatura quando der repente saiu o menor e em seguida Sergio direto para a viatura e viajou sentido Serrinha.
As prisões – A primeira prisão aconteceu depois de uma ligação anônima há policiais da 4ª Cia de Conceição do Coité sob o comando do capitão Joilson Lessa, que se deslocou até a Travessa da Pampulha e ao chegar procuraram informação acerca de um suspeito do crime, chegando até o mesmo, identificado por Sergio.
Mas apesar das diversas pistas deixadas pelo suspeito ele negou participação no crime.
Na manha desta terça-feira, 27, a polícia voltou ao bairro da Pampulha depois de ter sido informada que o segundo participante estaria na 3ª Travessa e encontrou o acusado jogando vídeo game. A polícia tomou conhecimento na ocasião que o mesmo era menor de idade, tem apenas 16 anos.
Quando os dois estavam na delegacia, foi crescente o número de pessoas que chegavam para conhecer de perto os acusados e, muitos deles ameaçavam invadir a unidade para linchá-los.
Por volta das 11h, Sergio muito furioso e destemido pediu para ir ao encontro dos manifestantes próximo a grade de proteção da porta da frente. O acusado dizendo que não teria sido ele o autor do crime e que ia aguardar uma resposta da justiça deixou as pessoas mais furiosas, e mesmo ameaçado Sergio chegou a pedir para que fosse aberta a grade, mas não foi atendido.
Cerca de 30 minutos depois um grupo de pessoas começaram a balançar a grade até que se soltou da parede. Os policiais passaram a protegem o recinto para evitara uma provável invasão.
O delegado Gustavo Ameno Coutinho praticamente dedicou seu tempo todo para ouvir a dupla, ele ouviu o menor confessar a participação do crime que cometera com Sergio, falou tudo que foi publicado anteriormente nas matérias aqui no CN.
Mas quando chamou ao fazer os questionamentos ele negou a todo momento. “São muitas evidencias no crime, a moto que ele usou ele pegou emprestada de uma pessoa na Pampulha e entregou com o punho sujo de sangue, capacete com a viseira quebrada, deixou uma peruca que costuma usar no local do crime, deixou um brinco que usava na orelha com outros quatro. Acredita-se que ele recebeu uma porrada e o brinco quebrou” revelou Coutinho.
Sergio era bastante conhecido na comunidade, pois é natural da região e no dia do crime a vítima teve contato com ele, informou um primo de Ivo.
A filha do açougueiro que acompanhou de perto o drama vivido pelo pai disse que eram os dois que estavam na delegacia que mataram seu pai. Enquanto estava sendo ouvida pelo delegado e o capitão Joilson Lessa, ela viu o capacete e sem demonstrar nenhuma dúvida disse que aquele capacete estava na cabeça de Sergio, contou com detalhes que lembrava a cor e os detalhes dos desenhos do capacete.
Já na parte da tarde, chegou a delegacia acompanhado da mãe, de uma tia e uma prima, o estudante Alberti Rian , 14 anos, foi reconhecer o menor para ver se teria sido ele o autor da facada que atingiu seu pulmão. A ver W. numa sala ele não teve dúvida e disse ao delegado que “foi aquele mesmo, se referindo a W, que me furou”. O delegado perguntou a W sobre a acusação ele informou que realmente estava no grupo de quatro pessoas, mas não foi ele quem deu o golpe com a faca.
Por: Raimundo Mascarenhas