A equipe do CN estará na cidade de Petrolina na terça-feira (20), acompanhado a manifestação de continuação das construções de cisternas de placas na região do semiárido. Segundo a comissão organizadora, estão sendo esperados cerca de 10 mil de agricultores. Eles estão sendo esperados para participarem de um protesto contra o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) e a ideia do ato público é reafirmar a importância da sociedade civil na construção de políticas públicas de convivência com o Semiárido. O evento está sendo mobilizado pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).
O ato foi motivado pela declaração do MDS de que o aditivo já anunciado e publicado no Diário Oficial da União, para continuidade dos programas da ASA (P1MC e P1+2), não será concretizado, sob a argumentação de que o Governo está revendo seus arranjos para o Plano Brasil sem Miséria.
“Reconhecemos que esse movimento atual do governo pode levar ao fim um conjunto de processos que para nós da ASA são muito caros e que se localizam na ação de mobilização comunitária, formação, empoderamento local e controle social, ou seja, os carros chefes da nossa ação, sendo esses os elementos que nos diferenciam e que no entendimento da ASA temos que defender com unhas e dentes”, diz um trecho do documento convocatório ao ato, assinado pela coordenação executiva da ASA.
A cidade de Petrolina foi escolhida para sediar o evento devido tanto à localização geográfica, que permite concentrar um grande número de pessoas de outros estados do Semiárido, como pela história de luta de diversas organizações da região.
Em 2007, a ASA realizou um ato público em Feira de Santana, que reuniu cinco mil pessoas, para celebrar a marca de um milhão de pessoas com acesso à água de qualidade, ao mesmo tempo pressionar o governo para a continuidade do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), que poderia não ser renovado.
Enquanto a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) reivindica os recursos previstos para a continuidade de suas ações, o governo federal vai investir R$ 1,5 bilhão na instalação de 300 mil cisternas de plástico. O valor gasto pelo governo corresponde a mais que o dobro do que a ASA gastou para construir 371 mil cisternas de placas no Semiárido.
Cada cisterna de plástico custa aos cofres públicos R$ 5 mil, segundo informou o Ministério da Integração Nacional numa reunião com representantes da ASA, em Brasília. A cisterna de placa custa R$ 2.080,00. No Programa Água para Todos, além das 300 mil cisternas de plásticos, serão construídas 450 mil de placa.
Por: Valdemí de Assis