A notícia de que o governador Jaques Wagner, da Bahia, juntamente com os colegas dele Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, Cid Gomes, do Ceará, Renato Casagrande, do Espírito Santo, e Antonio Anastasia, de Minas Gerais, estariam articulando para que o deputado Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara Federal, colocar em votação projeto que reduz o piso nacional dos professores, causou surpresa e indignação nos meios educacionais baianos. O pedido ocorreu durante a posse de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras, segundo nota do jornal O Globo, que foi repercutida pelo Teia de Notícias.
Para o coordenador geral da APLB/Sindicato, professor Rui Oliveira, a proposta é completamente equivocada e vai na contramão do Plano Nacional da Educação do governo federal, que prevê a recuperação das perdas salariais dos profissionais da área que chegam a cerca de 60%. “Há o compromisso da presidente Dilma Rousseff em corrigir essa distorção”, assinalou Oliveira.
O coordenador da APLB/Sindicato lembra ainda que o governo baiano assinou, no ano passado, acordo com a entidade se comprometendo a conceder à categoria os mesmos índices de reajuste salarial do governo federal.
Também representante da Confederação dos Trabalhadores em Educação (CTE), Oliveira informa que a entidade vai realizar em março uma greve nacional tendo como principais reivindicações o piso salarial, o plano de carreira e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação. “Os governadores que defendem redução do piso demonstram sua total falta de compromisso para com a Educação”, alfineta Rui Oliveira, considerando difícil que eles consigam apoio da bancada federal para tal empreitada.
Conforme lembra o coordenador da APLB/Sindicato, cerca de um terço da Câmara Federal vai disputar as eleições municipais e, certamente, não vai querer “se queimar” com o eleitor votando um projeto dessa natureza. “Quero ver se Pelegrino, Alice Portugal ou ACM Neto vão mostrar-se favoráveis a tal aberração”, desafiou.
Rui Oliveira ressalta, ainda, que caso a proposta ganhe fôlego e chegue a ser votada no Congresso Nacional, as entidades de todo o país estarão mobilizadas para expor publicamente o nome dos políticos traidores da educação. “Nem quero crer que isto seja sério”, desabafou Oliveira.
Fonte: APLB Sindicato