De quarta-feira (10) até o próximo dia 19, médicos baianos vão suspender o atendimento aos pacientes vinculados a sete planos de saúde: SulAmérica, Cassi, Petrobras, Geap, Amil/Medial, Hapvida e Golden Cross. Neste período, os usuários deste planos não poderão passar por consultas, exames ou cirurgias. O atendimento de casos de urgência e emergência está assegurado.
De acordo com a representante da Comissão Estadual de Honorários Médicos (Cehm), Débora Angeli, a decisão de suspender o atendimento integra a mobilização nacional contra os planos que, segundo os próprios profissionais de saúde, se recusam a negociar o valor dos repasses feitos pelos procedimentos médicos.
Os médicos alegam que, nos últimos dez anos, seus honorários passaram por reajustes de 50%, enquanto os planos aumentaram mais de 130%. “O movimento médico brasileiro tem buscado o diálogo com as empresas da área de saúde suplementar, mas os avanços são poucos e insatisfatórios. Este novo protesto nacional se insere num contexto de críticas crescentes de pacientes e profissionais”, afirma a médica.
Amanhã, primeiro dia de mobilização, o movimento promoverá um debate, reunindo Ministério Público, Procon, Agência Nacional de Saúde(ANS), entidades médicas e usuários de planos de saúde. O evento será realizado às 14h, na sede da Associação Bahiana de Medicina – ABM (Rua Baependi, 162 -Ondina). “Aproveitaremos o encontro para aprofundar a discussão sobre as questões que envolvem os planos, em particular a contratualização”, completa Débora Angeli.
Algumas propostas apresentadas pelo movimento dos médicos são as seguintes: reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a Classificação Brasileira de Honorários e Procedimentos Médicos (CBHPM); inserção nos contratos de critério de reajuste (com índices definidos e periodicidade); inserção nos contratos de critérios específicos de descredenciamento.