Na manhã deste sábado (05/01), o Movimento de Mulheres aliado com outras instituições sociais da cidade de Serrinha, saíram pelas ruas protestando contra o show da banda baiana de pagode New Hit.
O motivo da passeata se deu pelo fato de que os integrantes estão envolvidos num caso de estupro de duas adolescentes na cidade de Rui Barbosa. Todos os acusados foram imediatamente presos, mas foram soltos mediante hábeas corpus dois meses depois do acontecido.
A banda é formada em sua maioria por jovens e viaja por todo o estado participando de festas e micaretas. As duas jovens vítimas do estupro, narraram que tudo aconteceu quando foram pedir autógrafo ao vocalista e dançarinos no ônibus da banda que estava estacionado em frente da igreja logo depois que eles se apresentaram na micareta da cidade, quando foram até o fundo do ônibus e os rapazes começaram o abuso.
O Conselho Tutelar do município de Rui Barbosa foi acionado, assim como a Polícia Militar que conduziram os dez rapazes mais um policial que trabalhava como segurança da banda até a delegacia onde ficaram presos e em seguida foram encaminhados ao presídio de Feira de Santana.
Depois de praticamente dois meses, os jovens conseguiram ser liberados da prisão e voltaram a fazer shows. Atualmente, a banda vem recebendo protestos de movimentos sociais indignados com por eles estarem soltos e realizando shows, como ocorrido em Feira de Santana, Muritiba e agora Serrinha.
“É preciso um maior acompanhamento desses casos, pois muitas mulheres estão sofrendo além de serem violentadas, sofrem torturas psicológicas e ainda são espancadas dentro dos seus lares por seus maridos e pretendemos dar prosseguimento ao projeto de Lei Antibaixaria que a deputada Luísa Maia criou na câmara para proteger a dignidade da mulher”, pontuou Helena Barreto.
Em Serrinha, o show acontece amanhã e por isso hoje o movimento de mulheres junto com Instituto Casa da Cidadania de Serrinha, Movimento Negro Afro Jamaica, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Movimento de Mulheres Urbanas, tomaram as ruas da cidade para mostrar indignação com a impunidade dos acusados no caso.
“A conscientização contra esses casos de abusos sexuais contra as mulheres e crianças tem feito com que as pessoas denunciem esses casos para que assim a justiça possa agir e assim esperamos que a impunidade não vença. Em Serrinha existem casos e sempre nos reunimos para empreender ações na defesa da figura feminina que está sendo muito banalizada pelas bandas de pagode”, afirmou Cleuza Juriti.
Por: Renilson Silva