Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal na Bahia por diversos crimes, a maioria crimes contra a segurança nacional, praticados durante a greve da Polícia Militar no ano passado. Entre os denunciados estão o vereador e ex-policial militar Marco Prisco e o vereador de Jequié Gilvan Souza Santana. Para o MPF, os políticos obtiveram lucros políticos nas eleições de 2012 por conta da greve.
Os outros denunciados são o cabo Jeoás Nascimento dos Santos, os soldados Josafá Ramos dos Santos e Jeane Batista de Souza, o líder da greve dos Bombeiros no Rio de Janeiro, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, e David Salomão dos Santos Lima, de Vitória da Conquista. A denúncia, feita no dia 9 de abril, foi divulgada nesta quarta-feira (17).
“Quadrilha armada” – Segundo a denúncia do MPF, os sete denunciados formaram uma quadrilha armada com objetivo de “lesar e expor a perigo o Estado”. Para o órgão, a greve teve “nítida motivação política”, aterrorizou a população e executou “uma série de crimes”.
O MPF também diz que os denunciados fizeram o possível para prolongar a greve, para que policiais de outras cidades e estados aderissem. O órgão também acredita que a época da paralisação, às vésperas do Carnaval, também pretendia o “aumento dos próprios capitais políticos dos denunciados”, além de pressionar pela aprovação da PEC n 300/2008, que estabelecia um piso salarial para a categoria.
Ocupação da Alba – Os grevistas também ocuparam a Asssembleia Legislativa, o que impediu o trabalho do Poder Legislativo, denuncia o MPF. Eles levaram para o local as famílias, incluindo mulheres e crianças, em desacordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para o órgão, as crianças foram usadas como “escudos humanos” pelos PMs em greve.
A denúncia também diz que durante a greve viaturas que continuaram o policiamento foram depredadas e usaram caminhões e ônibus para bloquear pistas chaves da cidade. Documentos que acompanham a denúncia, de 85 páginas, comprovam a sabotagem de viaturas policiais e de ônibus de passageiros com o emprego da mesma tática: rasgando-se os pneus e danificando-se a chaparia, diz o MPF.
A denúncia diz ainda que houve prejuízo também financeiro com a greve – os gastos com a Operação Bahia, que mobilizou Forças Armadas e a Força Nacional, foram de R$ 14,4 milhões.