A gasolina vendida no Brasil pela Petrobras às distribuidoras de combustíveis está agora mais cara do que a média dos valores cobrados no mercado externo, por conta da queda acentuada do petróleo, uma situação que não acontecia há um bom tempo, apontou um relatório do banco Credit Suisse divulgado na terça-feira (14).
Segundo analistas do banco, o preço da gasolina no mercado internacional está 1% mais baixo do que os valores no mercado doméstico brasileiro, invertendo dramaticamente uma situação de defasagem que colabora com prejuízos seguidos à divisão de Abastecimento da Petrobras.
A diferença entre os preços internacionais da gasolina e os domésticos estava em 24,3% em 25 de setembro. Caso a situação se mantenha, pode trazer um alívio para o governo, que é cobrado pelo mercado para autorizar reajustes nos combustíveis, para que a Petrobras venda gasolina nos patamares do mercado global.
A inversão na defasagem, segundo a instituição, foi movida, principalmente, pela redução de 19,2% do preço da gasolina no mercado externo, em um cenário de queda do preço do barril do petróleo.
No exterior, os preços dos combustíveis flutuam seguindo as cotações do petróleo, diferentemente do Brasil, que são controlados pelo governo, o sócio majoritário da Petrobras. Também contribuiu para o cenário de redução da defasagem a apreciação de 1,4% do real no período. De janeiro a setembro, a defasagem dos preços da gasolina foi de 17,3%, em média, segundo o banco.