Os treze vereadores que compõem a Câmara Municipal de Cansanção-BA, município localizado no Território do Sisal, se reuniram em mais uma sessão extraordinária na manhã desta terça-feira,30, para escolha da nova Mesa Diretora para o biênio 2015-2016. Sob muita tensão,já que no dia 15 deste mês, quando estava para acontecer a eleição, os edis ao chegarem a Casa Legislativa encontraram o forro de gesso parcialmente danificado, e sujeira por todo plenário, o presidente Rodrigo Gomes na oportunidade suspendeu a sessão e os vereadores de oposição, que de última hora conseguiram o apoio de três da situação passaram a contar com a maioria (Fabrício,Júnior, Cirilo, Rode do Deixaí, Newiton,Nelson e Dió) que segundo eles, com base no regimento interno da Câmara poderiam realizar a eleição mesmo com a ausência do presidente e do vice, e elegeram Junior César presidente.
O presidente considerou nula aquela eleição, e convocou uma nova para esta terça, os oposicionistas confiantes em mais uma vitória foram para o embate com Junior candidato a presidente para enfrentar o atual Rodrigo Gomes que buscava a reeleição.A expectativa de tumulto resultou num esquema de grande reforço policial e seguranças particulares, pelo menos seis viaturas das policias militar, civil e CAESA conhecida por Caatinga estiveram na Câmara para garantir a segurança do ato, montaram barreira já na entrada da sede do Legislativo e cada pessoa que desejou acompanhar a sessão passou por revista, no Plenário outros policias se posicionaram em frente a mesa de trabalho para impedir qualquer tipo de invasão.
No interior da Câmara a primeira baixa foi a falta de energia elétrica, era necessário o uso de um equipamento de som para iniciar os trabalhos, até que surgiu uma caixa acústica, cuja potencia era suficiente para que o presidente conduzisse os trabalhos.Estava tudo dentro da normalidade até o presidente chamar cada vereador para assinar o livro de presença, depois de todos assinarem o presidente iniciou os trabalhos da eleição, e segundo ele, foi recebido na casa legislativa uma carta de renuncia em nome do vereador Fabrício Alves de Andrade, cuja mesma estava em suas mãos, xerocada, devido a original está muito bem guardada,”os autos em comunicação me foi concedido o direito de trazer somente a xerox, devido ao outro tumulto,e qualquer vereador que desejar pode fazer um requerimento por escrito, que a mesa vai conceder a vista.Em virtude dessa casa ser impositivo o preenchimento de vaga,cuja mesma deve conter 13 vereadores,a mesa diretora decidiu em reunião, após apurada a veracidade da carta, baixar o decreto e convocar o suplente de vereador Cristiano Santana de Oliveira, para tomar posse”, foi o último momento que o presidente falou ao microfone sem ser interrompido.
O vereador Cirilo levantou-se e pediu para fazer uso da palavra e não foi concedido pelo presidente, dai em diante todos os sete vereadores se levantaram e foram para frente do presidente e disseram que se não abrisse espaço para eles a sessão não continuaria, nisso, Cristiano que estava sentado no meio do povo vestiu o paletó e ficou no aguardo, outros vereadores montaram uma barreira mesmo na presença da Polícia para evitar que o novo edil entrasse para fazer o juramento. Irritados, os vereadores de oposição arrancaram cabo de microfone, derrubaram a caixa, a fim de evitar o prosseguimento da posse do novo vereador, que seria fundamental para reeleição do presidente que é da base governista, ou seja, a oposição teve a renuncia de um vereador, cuja vaga passaria a ser ocupada por um da situação.
Os vereadores da oposição acusaram o presidente de ter juntamente com seus aliados falsificado a assinatura de Fabrício, que até o inicio desse mês fazia parte da bancada governista e por insatisfação de ter ouvido uma gravação do prefeito Ranulfo que não confiava nele, resolveu se rebelar.
Fabrício disse que foi pego de surpresa quando o presidente disse que recebeu uma carta enviada por ele renunciando ao mandato.”Viajamos nós sete vereadores para São Paulo logo depois do dia da eleição que elegemos Junior, juntamente com Ari (ex-prefeito) e ficamos lá até ontem, tenho fotos postadas no Facebook no avião, comemorando o natal, como pode eles terem conseguido minha assinatura, e cadê a carta original que eles não mostraram? Questionou Fabrício.
Diante de tanta pressão chegou o momento que a policia precisou agir, primeiramente atendeu ao pedido do presidente para permitir que o vereador Cristiano entrasse para ser empossado, ele fez o juramento e foi lhe concedido a vaga de Fabrício, nesse momento a oposição ficaria com minoria (menos 1) e via a reeleição de Rodrigo cada vez mais evidente.O novo tumulto foi para convocar cada um para votar,quem era aliado de Rodrigo se deslocou para marcar na cédula, e novamente os oposicionistas tentavam impedir, no momento que eles eram convocados, segurava a cédula e tentava falar algo ao presidente que não permitia alegando que aquele momento era só para votação.Revoltados os seis vereadores da bancada de oposição se abstiveram da votação. Até que mesmo com todo tumulto a presença das policias e até da Juíza da Comarca foi apurado os votos dos aliados de Rodrigo no total de 7.
Em seguida o presidente encerrou a sessão convocando a todos para a posse dia 1º de janeiro. Ele pediu apoio da polícia para deixar o Legislativo juntamente com os colegas temendo algum tipo de represália.
Os oposicionistas procuraram o Fórum que fica vizinho a Câmara onde deram entrada pedido a invalidação dessa eleição e que seja validada a anterior.
O advogado da bancada de oposição Tiago Guimarães disse que foi uma eleição totalmente arbitrária, segundo ele, renuncia é um ato voluntário, é um pedido de desistência por não querer atuar mais naquele cargo. Fabrício não teve um ato voluntario, esteve na sessão, desconhece qualquer documento e que protocolou um requerimento junto ao presidente dizendo que não ha pedido de renuncia, e qualquer pedido que estiver na casa ele é inválido. Nós já impetramos dois mandatos de segurança e temos certeza que o judiciário vai acatar”, falou com confiança o advogado.
Guimarães disse ainda que tem vários itens que podem ser favorável a oposição e a anulação da posse do vereador Cristiano, segundo ele, o decreto que o presidente convoca o suplente foi publicado ontem (29-12) determinando o encaminhamento da copia para o TRE, antes do tribunal receber deram posse aqui. “Então trata-se de uma manobra política ardilosa,ultrapassada, um ato completamente contrário a democracia brasileira”, encerrou.
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Redação CN * Fotos e vídeo Raimundo Mascarenhas