Nos dias 11 e 12 de dezembro o município de Pintadas vai sediar a Feira de Economia Criativa, Solidária e Feminista da Bacia do Jacuípe. O evento contará com presença de cerca de 30 grupos acompanhados pelo Centro Público de Economia Solidária, organização responsável pelo assessoramento dos empreendimentos econômicos solidários da região. Os visitantes vão poder apreciar artesanato de barro, de palha e tecido, artigos de decoração, além de sequilhos, biscoitos, beijus, temperos e vários produtos que formam uma pequena amostra da diversidade e da identidade cultural da região.
A feira também recebe grupos produtivos do projeto Mulheres em Rede, executado pela Rede Pintadas com apoio da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. A iniciativa tem como objetivo contribuir para a erradicação da pobreza e o empoderamento econômico, político e social de mulheres, promover a articulação em rede, a formação e qualificação dos empreendimentos na perspectiva da economia feminista e solidária.
A Feira acontece dentro da programação do Festival Nacional Pensar Filmes, de 10 a 13 de dezembro, que vai reunir diversos segmentos culturais, gestores públicos, autoridades políticas e representantes dos movimentos sociais de todo o território. Além do espaço de comercialização, os participantes vão poder participar de debates sobre Gênero, Economia Solidária, além de oficinas, shows musicais e performances culturais.
Economia Solidária como ferramenta de transformação
A economia solidária é uma forma de organização socioeconômica que tem como objetivo a geração de renda sem exploração do trabalho e dos recursos naturais, o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. São cooperativas, associações, grupos de produção (formais e informais) e clubes de trocas que se unem pelos princípios da autogestão, democracia, participação, cooperação, respeito ao meio ambiente, igualdade de direitos, comércio justo, consumo consciente.
O Centro Público de Economia Solidária da Bacia do Jacuípe (CESOL) é um projeto executado pela Rede Pintadas através de contrato com Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia (SETRE), por meio do Programa Vida Melhor e já atendeu mais de 150 grupos e organizações nos últimos dois anos.
“Nossa proposta é disseminar uma cultura solidária em todos os aspectos, estimular o consumo de bens e serviços produzidos pelos empreendimentos de economia solidária e mostrar a grande diversidade que temos no território, capaz de gerar renda e inclusão sociais”, afirma o coordenador do CESOL, Hélio Alves.
A concepção da Economia Solidária e Feminista passou a fazer parte da história das mulheres do Território da Bacia do Jacuípe a partir dos processos de formação da Rede Pintadas e do Centro Público, com base nos princípios da Marcha Mundial de Mulheres. “Trabalhamos a ideia de que é preciso transformar a economia, mudar o mundo e a vida das mulheres. Com esse olhar aprendemos que a economia é parte da experiência cotidiana de produção e que nós podemos ser protagonistas desse processo estruturante da sociedade de forma solidária e cooperativa” afirma Cleidnea Bastos, articuladora de mulheres da Bacia do Jacuípe.
Segundo Cleidnea,a economia solidária é uma ferramenta de luta para romper com as estruturas da sociedade capitalista, racista e patriarcal. “Precisamos transformar a lógica dos interesses do mercado, reconhecer e valorizar a experiência histórica das mulheres que garantem em seu cotidiano a sustentabilidade e o equilíbrio da vida”, destaca.
*Por: Lourivânia Soares