Um bebê nasceu com dois dentes em Eunápolis, no extremo sul da Bahia. O caso é considerado raro e assustou a mãe da criança. “A médica chegou me dando essa notícia, eu comecei a tremer. Aí ela foi me acalmando, falando que não era normal, mas que era uma raridade acontecer”, relatou Jocácia Santos, mãe do bebê.
Esse é o terceiro filho da empregada doméstica. Rian Miguel nasceu no dia 19 de junho, com 40 semanas e 3,5 kg. O primeiro dente caiu ainda durante o parto e o segundo continua envolvido por uma fina membrana da gengiva. Apesar de incomum, o dente não prejudica o desenvolvimento da criança, mas dificulta na hora de sugar o leite e machuca o mamilo da mãe durante a amamentação.
Preocupada, a mãe do garoto levou ele ao dentista no quarto dia de vida e descobriu que os dois dentes fazem parte da terceira dentição, que não é nem a de leite e nem a permanente.
“A gente chama de uma dentição neonatal. As causas ainda são desconhecidas. Tem alguns estudos que dizem que é um fator genético, hereditário, mas a gente não tem uma causa explicável”, disse o cirurgião dentista Patrick Fadini.
Segundo médicos pediatras, exceto casos específicos, os dentes começam a nascer entre 4 e 7 meses de idade. Existem casos de crianças que já nascem com os dentes, como no caso de Rian Miguel, ou têm erupção precoce em torno de um mês. Esses dentes são conhecidos como dentes natais ou neonatais, que em casos de complicações, como dor, ulcerações na língua e lábio ou dificuldades na amamentação, necessitam de uma avaliação do odontopediatra para discussão da necessidade de extração ou manutenção desses dentes.
Como o dente não está muito firme, ele deve ser extraído em breve, para evitar que Rian Miguel possa engolir ou aspirar. “Pode ir [o dente] para vias aéreas, obstruir a via aérea dessa criança. Ela pode ter uma parada respiratória por causa disso. Então é sempre bom a gente evitar e adiantar esse procedimento para evitar qualquer risco maior”, alerta o cirurgião.
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