Preocupado com os rumos que a redução da maioridade penal pode provocar na sociedade e acompanhando a repercussão de notícias que enfatizam o péssimo estado de conservação do sistema carcerário brasileiro, o deputado Alex da Piatã (PMDB), através das redes sociais, demonstrou preocupação sobre o assunto. “Teremos faculdades do crime. Os menores entrarão nesses presídios com presos comuns e vão se aperfeiçoar”, afirmou.
De acordo com o peemedebista, se, sem os menores de idade presos, o Brasil já conta com apenas 244 mil vagas para 615.933 presos, quando a redução da maioridade valer o sistema carcerário não suportará. “Li uma matéria divulgada com dados obtidos pelo Ministério da Justiça, que mostra que há superlotação em todas as unidades da federação. A média no país é de 66%. Isso nos deixa em alerta e nos faz repensar esse assunto. Será mesmo que a prisão é a melhor saída? A educação, a prevenção devem ser cada vez mais priorizadas”, argumentou.
Segundo o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, o Brasil poderá ter um milhão de presos até 2022. “Os senhores têm alguma dúvida de que estamos enxugando gelo, especialmente se considerarmos que tenho mais de 400 mil mandados de prisão em aberto. Se for mantido o atual ritmo de encarceramento, sem a mudança da legislação [da maioridade penal], nós teremos ultrapassado em 2022, 1 milhão de pessoas encarceradas”, disse Cardozo.
Para Alex, os comentários do próprio ministro reforçam a necessidade de se repensar a questão da idade mínima para prisões. “Colocar jovens na cadeia não é a solução da violência no Brasil. Não devemos remediar a consequência e se sim cuidar da causa”, encerrou.
Fonte: Bahia Assessoria e Comunicação – Foto Teones Araújo