Negra, jovem, solteira e com o ensino fundamental incompleto: este é o perfil da maioria das presas na Bahia, de acordo com o Ministério da Justiça. Segundo os dados, das 587 mulheres presas na Bahia 92% são negras – os outros 8% são brancas. Elas estão, em 33%, entre 18 a 24 anos. Vinte e três por cento delas têm entre 25 a 29 anos, 21% entre 30 a 34 e 17% entre 35 a 45. Entre 46 a 60 apenas 5% e entre 61 a 70 anos 1%. Segundo o relatório, a maioria das presas está em “pleno período economicamente ativo da vida” – o que gera um prejuízo para o país. A maioria das presas na Bahia é solteira – 67%. Ainda neste recorte, 21% estão em união estável ou amasiada, 7% casadas, 2% separadas judicialmente, 1% é divorciada e 1% é viúva. Das 587 mulheres presas, 60% têm o ensino fundamental incompleto.
Onze por cento delas têm ensino médio completo, outras 11% foram alfabetizadas sem cursos regulares, 9% têm o ensino médio incompleto, 5% o ensino fundamental completo e 5% é analfabeta. Nenhuma detenta tem ensino superior incompleto ou completo. Procurada pelo Bahia Notícias, a secretária estadual de Políticas para Mulheres, Olívia Santana, afirmou que muitas mulheres incorrem no crime por falta de oportunidade. “Muitas mulheres atuam como ‘mula’ ou como traficantes, pois não tiveram outras oportunidades, não estudaram e isso gera uma situação dura”, analisou. Ainda de acordo com Olívia, a superação destes números passa por uma mudança de cultura. “A busca da superação do estigma passa pela qualificação, informação. A mulher precisa encontrar novos horizontes”, apontou.
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