Com a queda no preço do barril do petróleo, cotado abaixo dos US$ 40 no mercado internacional, a Petrobras pode reduzir os preços da gasolina e do óleo diesel no início de 2016. Ao encerrar o mês de dezembro, a estatal observará a média em que os preços foram fechados e, por uma condição comercial, pode ser necessário reduzir o prêmio sobre o combustível.
Caso opte por baixar os preços dos combustíveis, a estatal aceitará também reduzir sua receita. Nesta semana, a cotação do brent atingiu o menor patamar em 11 anos, e o barril fechou nesta terça-feira, dia 22, em queda de 0,52%, a US$ 36,16.
A Petrobras diz que a política de preços da companhia “permanece com o objetivo de alinhamento entre os preços domésticos e internacionais”. A estatal lembra, porém, que “os reajustes de preços praticados nos produtos, sejam de aumento ou redução, evitam refletir a volatilidade dos preços do petróleo nos mercados internacionais e oscilações cambiais”.
A última vez que a Petrobras reduziu os preços da gasolina e do diesel foi em junho de 2009, com uma queda de 4,5% para a gasolina e de 15% para o diesel. Já ocorreram reduções de preços também em abril de 2003, maio de 2002 e em janeiro de 2002, tão logo estes itens deixaram oficialmente de ser fixados pelos governo federal.
Uma fonte a par das discussões explica que a Petrobras adota, agora, uma regra que determina a avaliação a cada três meses da evolução dos preços com a fórmula interna.
No entanto, outra fonte na estatal considera pouco provável que a Petrobras consiga reduzir preços. Isso porque, de acordo com esta fonte, com o preço do petróleo baixo, a única forma de melhorar o caixa da estatal é mantendo os preços elevados.
“Esse é um assunto que cabe apenas à diretoria da companhia. A situação financeira da empresa hoje não é das melhores. Por isso, é pouco provável que a empresa reduza os preços dos combustíveis”, disse a fonte.
Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), com base nas cotações do último dia 14 de dezembro de 2015, a gasolina vendida pela Petrobras estava 315,7% mais cara em relação aos preços do produto no Golfo do México, no lado americano, que é usado como referência. Já o óleo diesel está 64,8% mais caro nas refinarias da Petrobras em comparação aos preços internacionais. A Petrobras reajustou a gasolina em 6% e o diesel em 4% no último dia 30 de setembro.
A fonte admitiu que, ao vender os combustíveis a preços acima do verificado no mercado externo, a Petrobras, de certa forma, recupera parte dos prejuízos que acumulou nos últimos anos. Embora a petroleira tenha uma fórmula própria para calcular os preços dos combustíveis, ela também sentiu os efeitos da decisão do governo de segurar reajustes para controlar a inflação.
Analistas estimam que a estatal chegou a acumular perdas de R$ 60 bilhões nos últimos anos.