Uma mulher vítima de erro médico luta há sete meses por justiça em Salvador. Maria Aline Muniz teve uma compressa de gaze esquecida na barriga durante o parto e vem sofrendo com várias complicações.
O drama de Maria Aline começou em julho após realizar o parto na Maternidade Prof. José Maria de Magalhães Neto. A estudante de direito sentia dores insuportáveis. Ela retornou ao hospital, fez todos os exames e foi constatado que um corpo estranho se encontrava próximo ao intestino dentro da barriga.
A jovem afirmou que foi grave o estrago que a compressa fez.
— Ela danificou minhas vias urinárias, que colou no intestino que já estava perfurado. Colou no meu útero, o médico conseguiu retirar, mas teve que reconstruir as vias urinárias. Estou usando bolsa urinária e de colostomia. Ainda vou precisar fazer uma cirurgia para reconstrução intestinal.
O laudo do cirurgião do Hospital Sagrada Família confirma a presença da compressa no intestino de Maria Aline. Depois da sucessão de erros, a família da paciente foi informada, pela assistência social, que a maternidade não iria se responsabilizar pelo problema.
A vítima não tem plano de saúde e muitos procedimentos precisam de urgência . Os gastos no atendimento médico já ultrapassam R$ 25 mil. Toda a família se mobilizou para custear o tratamento de Maria Aline.
O presidente do Cremeb, José Abelardo Menezes, disse que, caso o erro seja denunciado e comprovado, a maternidade e o médico serão penalizados.
Em nota, a Santa Casa da Bahia esclarece que a paciente fez no dia 15 de julho de 2015 um procedimento cirúrgico na maternidade, onde foi devidamente assistida pela equipe médica e recebeu alta. A Santa Casa assegura que não houve registro de intercorrência. Segundo a nota, após a realização do parto, a paciente retornou à maternidade, com uma inflamação superficial na pele, e foi devidamente assistida e orientada a continuar fazendo o curativo em um posto de saúde, mas não retornou para revisão, apesar da recomendação da médica.
R7.com