RIO – Após realizar uma visita a diversas casas na localidade Caminho do Zepellin, na Zona Oeste do Rio, a presidente Dilma Rousseff defendeu o ex-presidente Lula, que vem sendo alvo de investigações ligadas a um sítio em Atibaia e a um apartamento em Guarujá, em São Paulo. Dilma confirmou que se reuniu com Lula nesta sexta-feira, como parte de uma rotina constante de conversas, e afirmou que o ex-presidente está sendo “objeto de uma grande injustiça”. Foi a primeira vez que Dilma se pronunciou sobre as denúncias.
— Converso sistematicamente com o presidente Lula. Acho que ele está sendo objeto de grande injustiça. Respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza que esse processo será superado. Acredito que o país, a América Latina precisam de uma liderança com as características do presidente Lula — afirmou a presidente.
A presidente veio ao Rio na manhã deste sábado para participar de ações do Dia Nacional de Mobilização Contra o “Aedes aegypti”. Acompanhada do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e de agentes de saúde, Dilma percorreu ruas de uma comunidade na Zona Oeste, cumprimentou moradores, posou para fotos e visitou casas.
REUNIÃO NÃO TRATOU DE DENÚNCIAS
O ex-presidente Lula evitou tratar das investigações que o envolvem nas operações Lava-Jato e Zelotes, durante encontro do conselho do instituto que leva seu nome. Ao lado de intelectuais, ex-ministros e aliados, Lula, segundo relatos, direcionou o debate para a atuação da entidade em 2016 e disse que “questões relativas a ele, ele mesmo enfrenta”. Lula tem evitado eventos públicos desde o surgimento de denúncias que envolvem seu nome com a compra de um tríplex no Guarujá e o uso de um sítio em Atibaia.
Nesta sexta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a defender o ex-presidente. Segundo Cardozo, que deixou claro que não interfere nas investigações, Lula sempre agiu com lisura, e setores da oposição querem manchar a imagem do petista por considerá-lo um adversário forte e respeitado.
— Eu tenho o presidente Lula como um grande líder, uma pessoa que eu sempre acompanhei, um líder que age com absoluta lisura nos seus comportamentos, nas suas ações. Com relação a investigação, não cabe a mim tecer nenhum juízo de valor, ela será feita com autonomia, como todas as investigações. Muitos da oposição se unificam nessa hora para tentar atingir a imagem de um adversário que politicamente é muito forte e sempre foi muito respeitado — disse ele.
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Em sua edição deste fim de semana, a “Veja” publicou reportagem na qual diz que Lula enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio em Atibaia logo após deixar o governo.
Notas fiscais e ordens de serviço de uma das transportadoras contratadas pelo governo federal indicam que parte da mudança foi remetida para a propriedade no interior de São Paulo. Entre os itens transportados, haviam 200 caixas — 37 delas continham bebidas, segundo o documento apresentado pela revista.
A entrega do material no sítio aconteceu em 8 de janeiro de 2011, dois meses após a compra do imóvel em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, que são sócios de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do ex-presidente.
O Globo