A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) decidiu antecipar a campanha contra H1N1 e dará início à vacinação a partir do dia 18 de abril. Até o dia 6 de abril, foram registrados 11 casos de H1N1, e três mortes, todas em Salvador, só neste ano. A Sesab não informou quando as três pessoas morreram, mas o número preocupa a pasta.
“Está realmente assustando toda a vigilância epidemiológica e a população. Este ano, já são 11 casos confirmados na Bahia, sendo que três evoluíram para óbito. No ano passado, foi apenas um caso confirmado e foi oriundo de São Paulo. Então, como a gente conseguiu articular uma parte em tempo hábil, nós faremos a antecipação por conta dessa preocupação”, explicou a sub-coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Vânia Rebouças.
Postos e centros de saúde de todos os municípios baianos poderão iniciar a imunização a partir da próxima segunda-feira, 18. No dia 30, será realizado o Dia D de mobilização nacional. A campanha nacional contra gripe está marcada pra começar em 30 de abril, mas pelo menos em oito estados e no Distrito Federal a aplicação das doses acontece antes.
A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) informou que ainda não recebeu as doses da vacina, que estão sendo enviadas, primeiro, para os municípios mais distantes da capital. De acordo Vânia Rebouças, a distribuição começou no final de semana passado e, até o final desta semana, todos os municípios já deverão ter doses suficientes para iniciar a vacinação na segunda-feira que vem.
Público-alvo
Terão acesso à vacina na rede pública o grupo de risco – idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menos de 5 anos, trabalhadores da saúde, grávidas e mulheres até 45 dias após o parto, indígenas, portadores de doenças crônicas não transmissíveis, presos, funcionários do sistema prisional, e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos, que estão sob medidas socioeducativas.
O restante da população precisa procurar a rede privada. No entanto, nos principais laboratórios privados de Salvador, a vacina esgotou. No Laboratório Sabin, a dose custa R$ 130, mas não há mais vacinas, nem previsão de chegada. No Seimi, a dose custa R$ 140, mas também está em falta.
Segundo Vânia Rebouças, é possível que o restante da população receba a vacina nas unidades públicas da saúde, mas isso só será possível após o fim da campanha, que segue até o dia 20 de maio. “O que a rede pública faz muito é que, após a campanha, aqueles municípios que atingirem a meta, de 80% de cada grupo prioritário, podem incluir e vacinar outros grupos”, diz.
A vacina aplicada é a trivalente, que protege contra H1N1, H3N2 (ambos vírus da Influenza A) e uma cepa da influenza B.
De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), o objetivo anual da campanha é reduzir a mortalidade, as complicações e as internações decorrentes das infecções pelo vírus da influenza.
Este ano, a população estimada para vacinar é de 3.269.328 pessoas de todos os grupos prioritários. Para Ramon Saavedra, coordenador do Programa Estadual de Imunizações, a antecipação da vacinação do dia 30 para o dia 18 só foi possível com a chegada dos lotes da vacina enviados, pelo Ministério da Saúde.
“A nossa meta, determinada pelo Ministério da Saúde, é vacinar pelo menos, 80% de cada grupo prioritário, num total de 2.602.346 pessoas”, explica Saavedra. No ano passado, 81% da população estimada foi vacinada e 286 municípios alcançaram o percentual preconizado de imunizar 80% de sua população alvo.
Para a vacinação, a Bahia contará com 25 mil trabalhadores do SUS e voluntários. Serão utilizados 4.500 veículos e 3.600 serviços de saúde e postos de vacinação estarão vacinando os grupos prioritários.
As autoridades sanitárias pedem à população que adote cuidados para evitar contrair a gripe H1N1, como lavagem das mãos várias vezes ao dia; evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro, com lenço descartável; manter os ambientes ventilados; evitar aglomerações e ambientes fechados.
Correio24H