O avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) na última campanha presidencial levou a Polícia Federal (PF) a investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro que atuava em Pernambuco e Goiás e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.
A operação Turbulência cumpre hoje cinco mandados prisão preventiva contra suspeitos que integrariam a organização criminosa. Até às 9h30 de hoje, quatro dos cinco mandados de prisão foram cumpridos – Eduardo Freire Bezerra Leite e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho foram presos ao desembarcar em São Paulo. Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira foram presos em Recife.
Já Paulo César de Barros Morato, alvo do quinto mandado, ainda não foi preso, afirmou p G1 Pernambuco. De acordo com a PF, a investigação começou a partir da análise de movimentações financeiras das contas de empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava Campos na campanha à Presidência da República. No dia 13 de agosto de 2014, o avião caiu em Santos, litoral paulista, matando sete pessoas, entre elas, o ex-governador.
Em nota, a polícia afirma que constatou que algumas dessas empresas eram de fachada e estavam em nome de “laranjas”. Ainda segundo divulgado pela corporação, as emrpesas faziam transações entre si e com outras empresas fantasmas – inclusive com algumas investigadas na Operação Lava Jato.
Há suspeita de que parte dos recursos que passaram pelas contas examinadas servia para pagamento de propina a políticos e formação de caixa 2 de empreiteiras. O esquema sob apuração encontrava-se ativo, pelo menos, desde 2010.
Além das cinco prisões preventivas, são cumpridos outros 55 mandados judiciais, dos quais 33 de busca e apreensão e 22 de condução coercitiva. Tambem foi determinada a indisponibilidade de contas e o sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais suspeitos.
Os mandados judiciais estão sendo cumpridos em 18 localidade de Pernambuco, entre bairros do Recife e cidades do interior de Pernambuco.Tanto os presos quanto os conduzidos coercitivamente serão levados para a sede da Polícia Federal no Recife.
Os envolvidos responderão, na medida de seu grau de participação, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Os detalhes da operação serão divulgados pela PF em entrevista coletiva, às 10h, na Superintendência da PF em Recife.
Correio24H