Natural de Salvador, o estudante Felipe Magalhães Gama, 16 anos, tinha ido morar na cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, desde o início deste ano, para fugir da violência em Salvador. A informação foi confirmada pela família de Felipe, durante o enterro do adolescente, na manhã deste sábado (30), no cemitério Bosque da Paz.
Ele morreu na noite de quinta-feira (28), por volta das 19h, durante um assalto. Suspeitos de terem cometido o crime, dois adolescentes foram apreendidos pela polícia e um homem foi espancado até a morte por moradores do município. “Meu filho morava com a mãe até o início desse ano e, em janeiro, ele resolveu morar comigo por isso. A gente sempre tem essa visão de que o interior é mais tranquilo, mas essa não é a realidade da minha cidade hoje”, contou o pai de Felipe, Nilton Gama, ao Correio24horas.
De acordo com a família, Felipe nunca tinha vivido uma situação de violência em Salvador, mas se sentia inseguro quanto à violência urbana em geral. Na capital, ele morava no condomínio Brisas, na Paralela, e estudava no Colégio Ponto Alto. Em Morro do Chapéu, Felipe estava cursando o 2º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Teotônio Marques Dourado Filho. “Ele era quieto, carinhoso, brincalhão. Era de beijar, abraçar. Não era de sair muito. Trabalhava no pet shop do pai dele e chegou a ganhar uma bolsa como melhor aluno da cidade”, disse a prima do estudante, Micaele Oliveira.
O corpo de Felipe foi enterrado sob muita comoção, com a presença de cerca de 100 pessoas. No cortejo, parentes e amigos carregaram também uma faixa com os dizeres: “Felipe, você estava no caminho certo. A educação e a sociedade estão de luto”. Durante o enterro, a mãe do estudante fez um desabafo aos presentes.
“Se Deus permitiu que minha família carregasse esse fardo, então tinha que ser com Lipe. Meu filho é uma promessa. E meu outro filho pequeno veio e me disse ‘Lipe está bem, Deus precisa dele lá no céu”, disse mãe dele, Érika Magalhães, na ocasião, aos presentes. Felipe era filho único de Nilton, mas tinha um irmão de cinco anos, filho de sua mãe em outro casamento. Na sexta-feira (29), o corpo do estudante já havia sido velado em Morro do Chapéu, na Igreja Matriz.
Suspeito era conhecido por crimes na cidade
José Milton Carlos Semeão, o Filó, 24, e dois adolescentes de 16 anos. O trio anunciou o assalto e, durante o crime, atiraram no rosto do estudante. O objetivo era roubar o celular do rapaz. “As pessoas que viram contam que ele disse que não ia dar e começou a andar para trás”, disse a prima dele, Micaele. Foi quando Felipe foi baleado. “Ele ainda caiu na frente da casa de um colega e pediu ajuda”. A vítima foi socorrida para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Na cidade, chegou-se a fazer uma campanha para doação de sangue tipo O para Felipe, mas, segundo Micaele, o hospital local não tinha estrutura para fazer a transfusão. O estudante morreu antes que pudesse ser transferido para outra unidade de saúde, em Irecê. Filó também foi morto por populares
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