“Rio de Janeiro – de Braços Abertos” – “Somos Todos Brasil” – “Venham Sejam Todos Bem-vindos” são alguns apelos emocionais da mídia conclamando os países do mundo participarem dos Jogos Olímpicos, de 05 a 21 de agosto, no Rio de Janeiro.
A última Olimpíada da Era Antiga foi disputada em 393 depois de Cristo quando o imperador Teodósio I cancelou a realização dos Jogos Olímpicos. Em 1896, foram realizados os primeiros Jogos Olímpicos modernos, na Grécia. Desde então (com exceção do período que envolveu as duas Guerras Mundiais 1914-1918 e 1939-1944), os Jogos vêm sendo disputados a cada quatro anos.
Há muitos anos, os Jogos Olímpicos, deixaram de se limitar ao lema do Barão de Coubertin (1863-1937): “O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade”. Hoje, somam-se interesses econômicos, políticos, e até mesmo religiosos. As disputas tornaram-se atração para bilhões de pessoas, muitas por interesse espontâneo, outras dirigidas por motivos ideológicos. É por isso, necessário resgatar a essência do ideal olímpico, substituindo interesses egoísticos por integração entre países.
Os princípios fundamentais do esporte – respeito aos oponentes, trabalho em equipe e jogo limpo – convergem com os princípios da Carta das Nações Unidas. A ONU assegura que o esporte é um direito humano essencial para que as pessoas, de qualquer idade, possam ter uma vida sadia. Os próprios gregos, substituíram os espetáculos onde morriam pessoas por competições esportivas pacificas. Consideravam os Jogos Olímpicos motivo de paz sagrada, com interrupção de guerras.
A atividade esportiva é, também, essencial para o desenvolvimento da pessoa: ensina valores, como cooperação e respeito; contribui para a interação além do círculo familiar e para a inclusão social; previne doenças e, acima de tudo, coloca indivíduos e comunidades lado-a-lado, diminuindo diferenças étnicas e culturais. Ele pode construir uma cultura de paz e tolerância. Contribui para o desenvolvimento econômico, cultural e social, melhorando a saúde e o bem-estar de pessoas de todas as idades.
Aproveitemos, por isso, esse momento dos Jogos Olímpicos, para celebrarmos o congraçamento e a unidade entre os povos, mostrando que a paz, tão sonhada, pode ser alcançada com as mãos unidas de todos aqueles que buscam construir a verdadeira civilização da solidariedade, da justiça e da paz.
Itamar Vian – Arcebispo Emérito