Familiares de uma menina de 7 anos, no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, acusam médicos de terem retirado o rim direito da criança, quando o procedimento médico previsto era a remoção de cálculos no rim esquerdo.
Os tios contam que descobriram que a menina estava com cálculo renal, popularmente conhecido como ‘pedra no rim’, em junho de 2015. Eles afirmam que ela passou por tratamento, mas ainda faltava uma cirurgia. A pequena Clara Munique dos Reis Conceição precisava tirar duas pedras do rim esquerdo. Ela foi operada no mês de outubro, no Hospital do Oeste, em Barreiras. Depois do procedimento, a família diz que teve uma surpresa.
“Em vez do doutor mexer do lado esquerdo, onde estavam as pedras, ele foi lá e mexeu no direito. Arrancou o rim da menina sem autorização da família”, conta Gessivânia Damasceno dos Reis, que é tia da criança.
Ela acrescenta que o médico e o hospital não mostraram o rim que foi retirado e que a família não teve acesso ao laudo médico. “Depois da cirurgia, ele [o médico] falou: eu tirei o rim direito, porque quando eu fui mexer no rim deu sangramento”, contou.
A família detalha que uma semana depois de ser operada, Clara piorou e teve que ser transferida para o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana. Sem respostas para o que aconteceu, os parentes procuraram o Conselho Tutelar de Luís Eduardo Magalhães.
“Assim que chegou ao conhecimento do Conselho, a gente encaminhou de imediato para o Ministério Público, para que possa tomar as medidas cabíveis no caso. É um caso grave e precisa de uma solução”, diz a presidente do Conselho Tutelar, Celma Bento.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já pediu ao Hospital do Oeste o laudo da cirurgia e espera que o documento seja enviado ao órgão até a próxima semana. Os parentes contam que a criança segue internada no Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana, em estado estável, e precisa com urgência de uma cirurgia para a retirada das “pedras no rim” esquerdo. Ela está aguardando uma vaga na rede pública de saúde em Salvador. “Ela continua com as pedras no rim e sofrendo muito com esse dreno. A gente está correndo atrás. Todo mundo triste”, afirma o tia da criança, Gildeon Lima.
Em nota, a direção do Hospital do Oeste disse que o problema da menina afetava os dois rins e que o rim direito precisou ser retirado porque apresentou uma complicação que poderia levar a menina à morte durante a operação. O hospital nega que a família não teve acesso aos laudos e afirma que está passando todas a informações que foram pedidas pelo Ministério Público.
G1.com