Ele escolheu o isopor por se tratar de um isolante térmico, que ajuda a proteger do forte calor do Tocantins. Segundo a mulher dele, a autônoma Maria Amélia de Abreu, quando a casa começou a ganhar forma, a curiosidade dos vizinhos foi grande.
“Ficava um pouco acanhada, até pela questão das pessoas ficarem olhando, fazendo gozação da gente. Depois eu vi que dá para fazer um bom reaproveitamento. Hoje moro em uma casa que, ao meu ver, é ecologicamente correta. Estou impressionada”, afirmou a mulher.
O homem cobriu o isopor com cimento. Usou uma tela de galinheiro para aumentar a firmeza da estrutura. Hastes de ferro, que sobram da instalação de gesso, ajudam a sustentar tudo. No alto, telhas que foram encontradas no lixo e as janelas são de alambrados.
“Precisei comprar cimento, areia e os parafusos. Gastei R$ 2,5 mil”, diz Alvim. Segundo o mestre de obras, o valor representa apenas 10% do custo de uma casa do mesmo tamanho, construída do jeito tradicional.
“[Quero] ser feliz dentro da minha casa, com a minha família, o meu marido, a minha filha. Ter um lar muito feliz, que é o que eu sempre busquei”, diz Maria Amélia.
Segurança
Segundo o engenheiro civil Daniel Iglesias, somente um projeto de engenharia garante a segurança da obra. Entretanto, ele elogiou o reaproveitamento de materiais.
“O que para outros pode virar lixo, sobra, entulho ou acaba poluindo a cidade, gerando transtorno, ele conseguiu utilizar aqui como um elemento construtivo”, afirmou.
Para o engenheiro, a criatividade do mestre de obras tem muito a ensinar. “Com certeza, alunos fariam fila na frente [da casa] para poder conhecer, bater fotos, estudar, e de repente estar utilizando alguma técnica dessa lá na frente, daqui a alguns anos quando eles estiverem formados.”
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