A defesa de Eike Batista pediu à Justiça que o empresário cumpra prisão domiciliar ou seja encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal, na região portuária do Rio. Os advogados destacam que o “sistema carcerário no Brasil está falido” e citam uma “iminente ameaça a sua vida”. A reivindicação foi feita com o empresário ainda em Nova York, na sexta-feira. Ele se entregou ontem e depois de realizar exames no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro, foi encaminhado para o Complexo Penitenciário de Bangu.
“É notório que o requerente é empresário, com notória visibilidade no país, de forma que seu encarceramento deste modo, em estabelecimento penal em conjunto com diversas pessoas com conhecimento de sua então vida social e financeira, coloca sua integridade física em risco e torna iminente a ameaça a sua vida”, dizem os advogados Fernando Teixeira Martins e Jaqueline Nunes Santos.
A defesa também cita que Eike não tem nível superior completo, embora tenha cursos técnicos no exterior, “o que, consoante às leis de execução penal ora vigentes, impõe seu encarceramento conjuntamente com a grande massa carcerária”. Eles citam que “as penitenciárias se transformaram em verdadeiras ‘usinas de revolta humana’, uma bomba-relógio que o Judiciário brasileiro criou no passado a partir de uma legislação que hoje não pode mais ser vista como modelo”.
Na tarde desta terça-feira (31), Eike vai deixar a cadeia onde está preso e vai até a sede da Polícia Federal prestar depoimentos. Ele é acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro em obras públicas do Rio de Janeiro. O empresário teria feito pagamentos de propina em mais de 16 milhões de dólares ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que etá preso em Bangu desde novembro do ano passado após investigações da operação Calicute, um braço da Lava Jato.
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