Três das 20 pessoas que ficaram feridas ao serem atingidas por um carro alegórico no desfile da Paraíso Tuiuti, na noite de domingo (26), na Marquês de Sapucaí, no Rio, permaneciam internadas na manhã desta segunda-feira (27).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), elas “passaram por cirurgias e inspiram cuidados”.
A SMS não divulgou a identidade das três vítimas que permaneciam internadas. Conforme o G1 apurou, uma delas é Maria de Lurdes, que seria integrante da escola Paraíso do Tuiuti e sofreu uma fratura exposta na perna traumatismo craniano e traumatismo de face.
Uma parente de Maria de Lurdes, que pediu para não ser identificada, contou que o estado de saúde dela é grave.
As outras duas vítimas que precisaram passar por cirurgia também são mulheres que sofreram fratura nas pernas. A SMS disse que divulgaria boletim médico atualizado com o estado de saúde das três vítimas após as 9h.
Segundo a SMS informou ainda na madrugada, dentre as 20 vítimas do acidente, 12 foram atendidas nos postos médicos do sambódromo e foram liberadas em seguida. Outras cinco, que sofreram ferimentos leves, foram atendidas no Hospital Municipal Miguel Couto e liberadas em seguida.
Polícia volta ao Sambódromo
O delegado William Lourenço, substituto da 6ª DP (Cidade Nova), informou ao G1 que nova perícia será feita no carro e na avenida ainda na manhã desta segunda-feira. O procedimento estava previsto para as 8h, mas como o término dos desfiles atrasou, o trabalho pericial deve começar após as 9h.
O delegado afirmou que a perícia preliminar feita no carro alegórico da Tuiuti envolvido no acidente não apontou problemas mecânicos. Ele destacou que será preciso analisar imagens feitas pela TV ou amadoras do momento do acidente.
‘Tenho que agradecer a Deus’
Uma das feridas no acidente, a jornalista Bárbara Campello disse em entrevista à rádio CBN que sofreu luxações e escoriações no braço. “Eu tenho que agradecer a Deus. Teve casos piores. Uma amiga teve fratura exposta na perna, a outra teve as duas pernas prensadas contra a grade. Eu fui derrubada e fui parar quase debaixo do carro alegórico”, contou à rádio.
O jornalista Paulinho Carioca, marido de Elisabeth, que ficou ferida no acidente, contou sobre o momento do acidente. “Tinha acabado de subir, fui entregar uma capa de chuva para ela. De repente houve uma gritaria. A impressão que tive é que foi engatada uma ré, o carro voltou com muita rapidez. Aquela gritaria. Quando o carro voltou e saiu do lugar, eu a vi caída.”
De acordo com ele, a ambulância que levou a mulher até o hospital Souza Aguiar levou quase meia hora no trajeto entre a Marques de Sapucaí e o hospital. “Eu levei 25 minutos para chegar aqui do Sambódromo. Tem que ter uma via totalmente expressa e definida para o socorro de pessoas. Tinha 70 mil pessoas no Sambódromo. Poderia ser mais grave”, afirmou.
O diretor de carnaval da Liesa, Elmo José, tentou explicar a dinâmica do acidente e pediu para que as pessoas não fiquem na pista da Marquês de Sapucaí.
“Na verdade, a parte da frente do carro, as rodas malucas que estavam usando, com a chuva, o carro começou a tender para o lado esquerdo. Quanto foi para o lado de cá, se desgovernou um pouquinho e começou a encostrar nas pessoas. Tinha pessoas que estavam foram da calçada, estavam dentro da pista. Pedimos sempre que as pessoas fiquem na calçada no seus lugares, mas as pessoas querendo fotografar a escola, querendo dar a informação da escola, se dá o acidente. Mas foram prontamente socorridas e vamos continuar o espetáculo“, afirmou o diretor.
A escola Paraíso do Tuiuti lamentou o acidente. Em nota, afirmou que “prontifica-se a prestar esclarecimentos assim que todas as causas do acidente forem apuradas.” “Esclarecemos que ofereceremos toda a assistência necessária às vítimas deste irreparável episódio”, diz a nota.
Em nota, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), também lamentou o acidente. “A Liga se solidariza com as vítimas e seus familiares e informa que todas foram prontamente socorridas”, diz a nota.
Fonte: G1