O protesto de servidores do Estado do Rio de Janeiro contra o pacote de ajuste fiscal do governo, que acontecia no entorno da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), foi marcado por confronto entre manifestantes e policiais militares do Batalhão de Choque na tarde desta quinta-feira (9).
Durante passeata, os servidores começaram a lançar fogos e foram reprimidos pela PM com bombas de efeito moral. No confronto, a reportagem também presenciou homens mascarados lançando coquetéis molotov contra as forças de segurança.
Os servidores fizeram ao menos duas barricadas, e foram vistos focos de foco em pontos isolados no entorno da casa legislativa.
Segundo informações da Polícia Militar, três PMs ficaram feridos durante o confronto e foram levados para o hospital da corporação. Alguns deles chegaram a ser encurralados pelos manifestantes, mas foram resgatados pelo carro blindado do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Cedae
A Alerj se prepara para discutir a venda da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). Prevista no Projeto de Lei nº 2.345/17, a medida começou a ser discutida na última terça-feira (7), mas foi adiada para hoje.
O projeto autoriza o governo a usar as ações da Cedae como garantia para um empréstimo de R$ 3,5 bilhões com a União. A venda faz parte da condição para o Plano de Recuperação Fiscal do Rio de Janeiro, negociado com o Ministério da Fazenda.
Se aprovado, o projeto determina que o governo do Rio terá seis meses para contratar instituições financeiras para avaliar a companhia e criar o modelo de venda. A privatização tem sofrido forte oposição do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado, de deputados da oposição e também dos funcionários da Cedae, que decretaram greve e temem pelos seus empregos e pela qualidade do serviço da companhia.