Com o bordão ‘1,2,3… 4,5,mil… ou para essa PEC, ou para o Brasil!’ centenas de pessoas realizaram uma passeata na manhã desta sexta-feira, 17, em Conceição do Coité contra a Reforma da Previdência. A concentração aconteceu em frente ao Centro Cultural onde reuniu professores da rede estadual, municipal, particular, assim como alunos das referidas modalidades; Sindicato dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores Rurais, igrejas, órgãos não governamentais (ONG’s) e demais entidades que portando faixas e cartazes e usando apito conseguiram chamar a atenção de todos, para se engajarem na luta contra a Reforma da Previdência, com denominação de PEC 287.
A comissão organizadora da manifestação contou com o apoio também do comércio que abaixou as portas em pleno dia de feira livre durante a passagem pela Rua Marechal Deodoro da Fonseca, João Benevides, Amâncio Mota, Wercelêncio Calixto da Mota.
O professor Normando ao fazer uso do microfone, chamou a atenção para que os manifestantes, além de Temer, protestar contra os deputados que votarão a favor da PEC 287, “Temer sozinho não concretiza a reforma, vamos protestar e ficar de olho nos parlamentares que estão em comum acordo com o projeto do presidente, que vai prejudicar todas as classes trabalhadoras”, afirmou.
Pessoas roubadas em plena passeata
Triste retrato da realidade foi registrado durante a manifestação. Enquanto os manifestantes pediam para que não tivessem seus direitos roubados, havia uma pessoa infiltrada furtando carteira e celulares deles, numa demonstração real do pais da roubalheira explicita e a falta de punição aos criminosos. O CN não teve acesso a nenhuma vítima, mas um dos lideres do movimento, ao usar o microfone disse que pessoas tiveram carteiras e celulares furtados.
Veja as imagens da manifestação
PEC 287 é uma das reformas de maior exclusão social no país, diz Dieese
O Calila Noticias extraiu um texto do Site Rede Brasil Atual, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, sobre a Previdência, é, talvez, “uma das reformas de maior exclusão social no Brasil”, na avaliação do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, que participou na tarde de quarta-feira (15/03) de um debate promovido em rede social pelo jornal Brasil de Fato. Para ele, o dia nacional de paralisações, ajuda a fazer o contraponto à propaganda do governo e ajuda a população a entender o que representa “o ataque a seus direitos”.
“O projeto é extremamente severo, retarda o acesso à aposentadoria, exclui milhões. Retarda, exclui e arrocha”, resume Clemente. “As pessoas começam a entender a gravidade desse projeto.” Já a reforma trabalhista, acrescenta, tem impacto ainda maior: “Afeta a organização econômica de toda a sociedade brasileira”.
Para o diretor técnico do Dieese, com a proposta da Previdência, o governo diz, em síntese, que a população tem de receber menos. “Os rentistas, não. Para eles eu garanto.”
“A sociedade não escolheu essa reforma”, disse Clemente, apontando falta de debate público sobre o tema. “Temos de mostrar a nossa indignação. Queremos discutir a receita da Previdência.”
Membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues destacou, no movimento, a “unidade de todo o campo popular”, a “qualificação” das mobilizações com greves em várias categorias e o apoio da população. “Acredito que temos de sair com um calendário de mobilizações a partir de hoje (quarta). O golpe aconteceu por causa dessas duas reformas”, avaliou.
A secretária de Assuntos da Situação da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Ana Cláudia Borguin, também se disse surpresa com a reação favorável da população, que em geral critica movimentos que atingem o transporte coletivo. “A gente teve muitas demonstrações de apoio”, afirma, esperando que o dia de hoje seja “o começo de uma virada no movimento sindical”.
Em Conceição do Coité as categorias continuarão a greve e protestos até dia 24, próxima sexta-feira.