Os mais de 30 mil rubro-negros que lotaram o Barradão esperavam certamente um triunfo sobre o Bahia neste domingo (7), mas o empate em 0x0 foi suficiente para dar o troféu de bicampeão baiano ao Vitória por causa do regulamento. Com um detalhe: o título veio de maneira invicta, o que não acontecia desde 2005.
A tranquilidade que o Leão mostrou na etapa final do duelo de ida, e que o fez arrancar um empate de 1×1 na Fonte Nova, continuou no Ba-Vi deste domingo. Se havia sofrido nos dois clássicos anteriores, o Vitória tomou conta do jogo e criou as melhores chances do primeiro tempo.
Mas, apesar do domínio da posse de bola, o rubro-negro não conseguia assustar. Tanto que, a primeira chance mais clara foi do Esquadrão, aos 7 minutos. Edson lançou Edigar Junio na entrada da área, Alan Costa deu bote equivocado e o camisa 11, de cara, chutou longe do gol.
O panorama mudou aos 22, com três lances em sequência: Paulinho, da intermediária, viu Jean adiantado e arriscou, mas o goleiro se recuperou a tempo de mandar para escanteio. Na cobrança, Cleiton Xavier cobrou fechado, mas Jean evitou o gol olímpico; no rebote, Bruno Ramires chutou por cima do travessão.
Ver o rubro-negro apertando o rival era tudo o que a torcida, que lotou o Barradão, mais queria. Em troca, ela cantou e apoiou. Mas na hora H, o atacante David, um dos mais jovens em campo, parece ter sentido a pressão. Aos 29, Patric fez lindo lançamento para ele na esquerda e Tiago falhou ao não conseguir cortar; o atacante, de cara para Jean, chutou torto, para fora.
Aos 33, Paulinho recebeu cruzamento de Patric na entrada da área pela direita, cortou Lucas Fonseca e chutou na trave. Aos 36, David novamente tirou a paciência da torcida. O atacante ficou de frente com Jean, perto da linha de fundo, com André Lima posicionado na área. Em vez de cruzar, ele tentou o drible e acabou desarmado.
Segundo tempo
O Esquadrão voltou do intervalo disposto a deixar de ser coadjuvante. Para isso, corrigiu tudo que vinha errando de uma só vez: manteve a posse de bola, buscou propor o jogo e parou de errar na defesa.
Só que, de todos os erros corrigidos pelo Bahia, faltou um: tentar, pelo menos, chutar em gol. Aos 22 minutos, por exemplo, Zé Rafael teve a melhor chance ao entrar na pequena área com a bola dominada, mas não finalizou e seguiu até se embolar com Kanu.
Com o rubro-negro em segundo plano, a torcida parou de cantar. E só se deu conta disso aos 29, quando David brincou novamente com a paciência das arquibancadas. Na velocidade, o atacante tirou dois marcadores e ficou novamente na frente de Jean, perto da linha de fundo, pela esquerda. Tentou cruzar, mas chutou em cima do goleiro.
Nos lances finais, o nervosismo tomou conta de todos. No tricolor, a posse de bola sem gols dava a quem estava em campo uma sensação de impotência. Guto Ferreira lançou Gustavo e Diego Rosa em campo e o time, que antes tocava a bola, passou a jogar na base do chutão para a área. O Vitória, por sua vez, tentava chegar na base do abafa, igualmente improdutivo. No final, os mais tranquilos mesmo eram aqueles que estavam na arquibancada: a torcida foi o destaque dos minutos finais do clássico.
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