A Bahia continua de fora do horário de Verão em 2017. A informação foi confirmada ao CORREIO pelo governador Rui Costa na manhã desta terça-feira (26). Segundo ele, o Nordeste não tem economia com a medida e, portanto, não é viável. “Não teremos horário de verão. Até os técnicos do Governo Federal entenderam que que não é mais viável mas resolveram fazer. Eles já até avaliam se fazem ou não no próximo ano”, comentou. Desde 2011, Bahia não adianta os relógios.
“A Bahia, desde o início do horário de verão, já fica naquela posição, eu diria, intermediária, no ponto de equilíbrio. Não tem grandes ganhos. Os estados do Nordeste não têm ganho energético por conta do horário de Verão, a Bahia também se coloca nessa posição. Então, não tem porque alterar completamente o funcionamento das coisas e da vida das pessoas se isso não provoca um ganho energético, ou um benefício para a sociedade”, completou Rui.
Embora não proporcione mais economia de energia como no passado, principal motivo de sua aplicação, o horário de Verão vai ser mantido em outros estados do país. Neste ano, o horário de Verão vai começar no dia 15 de outubro, quando todos deverão adiantar os relógios em uma hora, e termina em 17 de fevereiro.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que a enquete que seria feita para ouvir a opinião da população no restante do país sobre essa política pública ficará para depois. Segundo ele, o governo avaliou que não haveria tempo hábil para fazer uma consulta à população sobre o assunto e tomar uma decisão válida para este ano. A enquete, no entanto, será realizada, mas com mais tempo para que a população possa opinar e o governo possa deliberar sobre a questão.
“Queremos fazer uma consulta à população com mais tempo, como a Casa Civil já anunciou”, disse o ministro. “Ficou apertado. Vamos fazer esse levantamento e, dependendo de como for a reação, avaliamos isso mais para frente”, completou.
Não economiza energia
Estudos realizados pelo Ministério de Minas e Energia apontam que o horário de Verão não proporciona economia de energia. “Tendo em vista as mudanças no perfil e na composição da carga que vêm sendo observadas nos últimos anos, os resultados dos estudos convergiram para a constatação de que a adoção desta política pública atualmente traz resultados próximos à neutralidade para o consumidor brasileiro de energia elétrica, tanto em relação à economia de energia quanto para a redução da demanda máxima do sistema”, informou o ministério.
De acordo com esses estudos, não é mais a incidência de luz natural que influencia os hábitos do consumidor, mas sim a temperatura. A popularização dos aparelhos de ar- condicionado é uma das principais razões dessa mudança.
Como o calor é mais intenso no início da tarde, os picos de consumo são registrados atualmente nesse período. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o horário de ponta ocorre entre as 14h e as 15h, e não mais entre as 17h e as 20h.
No passado, o horário de maior consumo de energia era registrado entre 17h e 20h, quando os trabalhadores retornavam para casa e tomavam banho. Para dar mais folga e segurança ao sistema, adiantar os relógios em uma hora permitia, por exemplo, adiar o acionamento da iluminação pública nas ruas. Isso deslocava parte da demanda e diminuía a concentração do uso de energia.