Os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e o operador Lúcio Funaro prestam depoimento ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, na manhã desta sexta-feira (27).
Marcos para ocorrer a partir das 10h, os três serão interrogados no âmbito da Operação Sépsis, de julho de 2016, que investiga irregularidades na liberação de recursos administrados pela Caixa Econômica Federal.
A defesa de Cunha pediu para atrasar o depoimento com a finalidade de esperar a chegada da delação de Funaro, homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas o juiz Vallisney negou.
O depoimento do peemedebista para o juiz federal já foi adiado duas vezes devido à divulgação da delação de Funaro. A defesa alega que as declarações ainda não chegaram à Justiça Federal, apesar de já terem sido homologadas pelo STF.
Na tarde des quinta-feira (26), Cunha e Funaro ficaram frente a frente durante o depoimento, por meio de uma videoconferência, do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto.
Esta foi a primeira vez que os dois se encontraram depois de o conteúdo das delações premiadas do operador ter sido divulgado para a imprensa.
Acusações
Apontado como antigo operador do ex-presidente da Câmara, Funaro passou a acusá-lo após fechar acordo de delação com a Justiça. Nos depoimentos para a PF (Polícia Federal), ele falou sobre supostos atos ilícitos do peemedebista. Cunha, por sua vez, começou a atacar o teor dos depoimentos.
De acordo o MPF (Ministério Público Federal), Cunha atuou em um esquema de cobrança de propinas entre os anos de 2011 e 2015.
O relatório de acusação aponta que o ex-parlamentar trabalhava junto a empresas beneficiadas pela Caixa Econômica Federal e ao FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Ainda segundo o MPF, Cleto declarou, em sua delação premiada, que Cunha recebia 80% do dinheiro da propina arrecadada entre as empresas interessadas na liberação do FI-FGTS.
Cunha está preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, desde 18 de setembro deste ano. Antes, o ex-presidente da Câmara estava preso em Curitiba, cumprindo a pena de 15 anos e 4 meses da operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Cunha foi encaminhado a Brasília para ser interrogado sobre as investigações dos desvios na Caixa Econômica Federal. O ex-presidente da Câmara também é investigado em outros cinco inquéritos ligados à operação Lava Jato.
O juiz federal Vallisney de Oliveira já determinou, no último dia 13 de outubro, que a volta de Eduardo Cunha para Curitiba (PR), deve ser feita pela PF, “de acordo com a operacionalidade e disponibilidade, entre os dias 28/10/2017 e 01/11/2017”.
R7