A sede da delegacia da cidade de Piripá, no sudoeste da Bahia, foi destruída na madrugada desta terça-feira (31), em protesto contra o delegado, Florisvaldo Nery da Cruz.
A fachada do imóvel da delegacia foi pichada e as instalações foram destruídas. Objetos também foram roubados e carros foram queimados em frente à delegacia.
Segundo os moradores, o delegado Florisvaldo não estaria mais abrindo investigações, efetuando prisões, nem enviando os processos à Justiça. Na quarta-feira passada, eles já tinham feito outro protesto na cidade contra o titular. O G1 procurou a assessoria da Polícia Civil, que ficou de se pronunciar sobre o caso.
O delegado disse que o ato desta terça-feira (31) foi feito por pessoas ligadas a um grupo político da cidade, depois que ele teria aberto investigação sobre corrupção no município. “É um movimento que começou pela Câmara (de Vereadores) e pelo Executivo contra o delegado”, afirmou.
Ele afirma que atua na cidade desde o ano de 2006 quando começou a investigação da suposta prática de corrupção na prefeitura. “O problema é que sou um delegado diferenciado, não aceito propina e combato a corrupção. E nesse combate a corrupção comecei a atuar e tive alguns resultados, inclusive busca e apreensão das pastas de documentos de prestação e contas do prefeito”, contesta.
O delegado disse que sofreu duas transferências do cargo na cidade e só retornou no ano de 2011. Florisvaldo também reclama da falta de condições para que consiga atuar e combater a ocorrência de crimes na cidade. Ele diz que ele trabalha sozinho na delegacia, sem nenhum escrivão. O município teria ainda dois policiais militares.
O delegado afirma que a delegacia só conta com uma viatura, um aparelho de fax e uma linha de telefone. “A ineficiência da Polícia Civil decorre da omissão do estado. Hoje sou reduzido como fazedor de ocorrência. Sou delegado 24h por dia, moro na cidade”, disse.