A HISTÓRIA da humanidade tem demonstrado os efeitos trágicos quando se esquece o fundamento último da dignidade e dos direitos de todos os membros da família humana. Não são estados ou declarações internacionais que concedem esses direitos. A eles cabe o dever de assegurá-los e promovê-los. Merecem destaque:
O DIREITO à vida desde a concepção até o seu termo natural. Compreende o empenho por uma qualidade de vida que inclua as condições necessárias para que seja digna de chamar-se humana e a rejeição de todas as formas de violência: pobreza, fome, conflitos armados, difusão das drogas, tráfico de armas.
O DIREITO à auto-realização mediante uma adequada educação e formação profissional, para que cada qual possa desenvolver suas capacidades naturais, realizar-se e integrar-se no contexto social do próprio ambiente e contribuir, assim, para o verdadeiro desenvolvimento do País.
O DIREITO ao trabalho para ter acesso aos bens necessários para viver dignamente, contribuindo para o bem da sociedade, sem depender de um assistencialismo humilhante. Daí , a necessidade e urgência de os políticos e empresários envidarem esforços para a solução do grave problema do desemprego.
O DIREITO à paz, que só floresce onde os direitos humanos são integralmente respeitados. Só usufrui da paz quem defende a justiça, vive a solidariedade, colabora com o bem comum na sociedade, respeita a dignidade humana e defende a igualdade de direitos para todos. O respeito aos direitos humanos é o fundamento da justiça, da paz mundial, da liberdade dos povos e dos cidadãos.
O DIA 10 de dezembro não é, apenas, uma data histórica. É o apelo mais veemente de Deus e dos homens de boa vontade para que se faça justiça numa hora de tantas tragédias e de tanta impunidade em nossa vida social e política. Jesus nos disse: “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fazeis” (Mt 25.45).
+ Itamar Vian
Arcebispo Emérito