O apoio à pena de morte cresce desde 2008 e bateu recorde entre os brasileiros. É o que revela uma pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (8). Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados são favoráveis à adoção deste tipo de sentença. Em 2008, data da última pesquisa, 47% tinham a mesma opinião.
Desde que a questão passou a ser medida pelo Datafolha, em 1991, este índice de apoio é recorde. Porém, empata na margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com os índices de 1993 e 2007, quando 55% da população se disseram favoráveis à punição.
São contrários à pena de morte 39% da população. Além disso, 1% se declarou indiferente, e outros 3% não souberam responder. Segundo a pesquisa, o apoio à pena de morte é maior entre os brasileiros mais pobres. Entre aqueles com renda mensal de até 5 salários mínimos (R$ 4.770), o apoio é de 58%. O índice recua para 51% na faixa dos 5 a 10 salários (R$ 9.540) e cai ainda mais entre a parcela mais rica, indo para 42%.
Com 54% de apoio, mulheres tendem a apoiar menos a punição capital. Entre os homens, o apoio é de 60%. Em relação à idade, a faixa etária que mais apoia a execução de condenados é a de 25 a 34 anos, em que 61% se disseram favoráveis à proposta. Os idosos, acima de 60 anos, são os menos propensos a aceitar a adoção da punição, com 52% de apoio.
Entre as religiões, os ateus são o grupo que menos apoiam a pena de morte. Apenas 46% se declararam favoráveis. Os católicos são o que mais defendem a punição: 63% são favoráveis, ante a 34% contrários. Os evangélicos são mais reticentes ao tema: 50% são favoráveis, contra 45% contrários (4% não souberam responder e 1% se disse indiferente).
Foram ouvidas 2.765 pessoas de 192 municípios durante os dias 29 e 30 de novembro de 2017.
Correio