O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) entraram nesta segunda-feira, 8, com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a TV Globo e os apresentadores da casa Fausto Silva e Luciano Huck por praticarem, em tese, abuso dos meios de comunicação e de poder econômico. Embora tenha negado que seja candidato à Presidência em 2018, Huck é alvo do processo por supostamente ter se beneficiado da participação no programa Domingão do Faustão deste domingo, 7.
No documento, os líderes do PT na Câmara e no Senado pedem à Corregedoria-Geral Eleitoral que seja declarada a caracterização de abuso de poder econômico e dos meios de comunicação com a aplicação das penalidades de inelegibilidade de Huck ou da cassação do possível registro de sua candidatura. Além disso, requerem ainda pagamento de multa por parte dos três acusados.
Os parlamentares alegam que, durante o programa, houve uma “demonização da atual política, dos políticos que a representam, dos pré-candidatos que ostensivamente já se apresentaram para a sociedade como postulantes ao cargo presidencial e, de forma subliminar, a exaltação da pré-candidatura de Luciano Huck”.
Os petistas ressaltam que boa parte do programa foi destinada a discutir a questão política, colocando Huck como uma figura “capaz de mudar a realidade vigente (…), diferente de tudo e de todos que aí se encontram”. Para os parlamentares, a emissora promove a pré-candidatura do apresentador de forma objetiva e direta, o que causa “interferência antecipada na lisura e na igualdade da disputa presidencial”.
Em novembro, Huck afirmou em um artigo no jornal Folha de S. Paulo que não participaria das eleições de 2018 como candidato à Presidência. No entanto, no último domingo, ele não descartou a possibilidade de se candidatar no futuro.
Durante o programa, Huck e a mulher, a apresentadora Angélica, responderam a perguntas do público e, depois, foram questionados sobre política pelo apresentador Fausto Silva. “Minha missão esse ano é tentar motivar as pessoas a que votem com muita consciência e que a gente traga os amigos que estão a fim para ocupar a política, senão não vai ter solução. Eu nunca, jamais, vou ser o salvador da pátria e o que vai acontecer na minha vida eu também não sei. Eu amo o que eu faço, eu amo estar todo sábado na televisão, eu gosto muito de estar com as pessoas, de contar as histórias. Então, o que o destino e o que Deus espera para mim, vou deixar rolar”, respondeu.
Estadão