O ensino médio da Bahia ficou em último lugar, no país, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referente ao ano passado, segundo informações divulgadas na segunda-feira (3) pelo Ministério da Educação (MEC).
O Ideb é uma iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para mensurar o desempenho do sistema educacional brasileiro, a partir da combinação entre a proficiência obtida pelos estudantes em avaliações externas de larga escala (Saeb) e a taxa de aprovação – indicador que tem influência na eficiência do fluxo escolar.
De acordo com os dados, a Bahia ficou com 3,0 pontos no ensino médio – 1,3 abaixo da meta para o ano, que era de 4,3. Além disso, a nota foi um décimo menor que a do último levantamento, feito em 2015, quando o estado ficou com 3,1 pontos.
Os motivos apontados pelo estudo do MEC para a baixa na classificação foram abandono, atraso e notas baixas em avaliações, durante 2017.
Em contrapartida, no ensino fundamental inicial, que é do 1º ao 5º ano, a Bahia teve uma melhora em 2017. O estado saiu dos 4,7 pontos, registrados para 2015, para 5,1.
Já no ensino fundamental final, que é do 6º ao 9º ano, o índice foi o mesmo de 2015: 3,7 pontos.
Após a divulgação do resultado, governadores do nordeste, incluindo da Bahia, enviaram uma carta ao MEC, reclamando da metodologia do teste. Eles dizem que houve mudança e que, diferentemente dos outros anos, a nota do aluno que fez o exame foi replicada para o aluno que não fez.
“Nenhum sistema de educação trabalha para voltar para trás. Então, os resultados do Brasil inteiro apontam isso. Então, o que é que a gente pode dizer. Há algum equívoco na metodologia realizada pelo Inep, pelo Ministério da Educação, para fazer a divulgação dos resultados. Porque, não é justo que o esforço de todos os sistemas de educação seja jogado por terra, a partir de uma modificação de metodologia que o Inep provocou”, disse Nildo Pitombo, subsecretário estadual de Educação.
Em nota, o MEC informou que a mudança na metodologia foi feita por um grupo de especialistas, que, pela primeira vez, levou em consideração padrões de aprendizagem e o uso pedagógico dos dados. No entanto, o órgão não explicou sobre a replicação da nota dos alunos que fizeram a avaliação, na nota dos estudantes que não fizeram a avaliação.