O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (3), em entrevista à Rádio Jornal, que o seu governo vai reforçar a Polícia Federal e o Ministério Público, descartando a pecha de “PT vingativo”, por conta das investigações da Lava Jato que atingiram duramente líderes do partido.
“Eu quero me comprometer com você. A Polícia Federal e o Ministério Público vão receber reforço no meu governo. O governo Temer tá enfraquecendo e voltando a jogar pra baixo do tapete a sujeira que acontece no governo. Isso é um compromisso solene que eu tenho com vocês todos. Não tem mão na cabeça”, disse o candidato.
No entanto, Haddad ressaltou que a Justiça comete erros, e que estes devem ser reparados. “Isso não significa que a Justiça não possa cometer erros, por isso existem recursos. Se não, bastava juiz de 1ª instâncias. No caso de Lula, é flagrante o erro e queremos que os tribunais superiores corrijam o erro. Ele só foi condenado sem provas para não participar das eleições. Todo mundo sabe disso. No exterior, chefes de estado intelectuais, a ONU já sabe disso, o Papa já sabe disso”.
Dirceu descartado
Após José Dirceu afirmar que, em caso de golpe de Estado, o PT iria “tomar o poder, o que é diferente de ganhar uma eleição”, Fernando Haddad, candidato da sigla à presidência, foi categórico ao pontuar que o ex-ministro da Casa Civil de Lula não teria voz em um eventual governo petista. “Ele não nenhum papel no meu governo, que isso fique bem claro”, disse, em tom de irritação.
A declaração de Dirceu, feita na última semana ao El País, repercutiu negativamente para o partido. Na terça (2), no entanto, chegou a admitir que a fala foi “infeliz”, mas defendeu-se afirmando que foi tirada de contexto.