A Justiça acatou pedido do Ministério Público estadual e condenou Natanael Fagundes dos Santos e Riosney Fagundes da Silva a 20 anos de prisão pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e peculato cometidos entre os anos de 2014 e 2016. Segundo a denúncia, oferecida pela promotora de Justiça Alícia Botelho, os condenados induziram pelo menos seis trabalhadores rurais aposentados ou pensionistas do município de Una, a maioria idosos, a tomarem empréstimos em agências financeiras, localizadas em Ilhéus e Itabuna, cujos recursos foram desviados em favor deles, num total aproximado de R$ 65 mil. A sentença foi proferida ontem, dia 17.
As fraudes foram cometidas via utilização da estrutura administrativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Una, onde Natanael e Riosney eram, respectivamente, presidente e secretário-geral. Eles agendavam e encaminhavam os documentos necessários à obtenção de benefícios previdenciários junto ao INSS, acompanhavam as vítimas até as agências bancárias indicadas pelo órgão para realizar os saques iniciais e, depois, induziam os trabalhadores a contrair empréstimos consignados junto às agências intermediárias Finec (Ilhéus) e Bahiacred (Itabuna). Segundo a denúncia, os condenados se apropriavam dos valores retroativos dos benefícios previdenciários, utilizando-se de empréstimos fraudulentos para ocultar a apropriação indevida, além de cobrarem pelo serviço para a concessão dos benefícios.
Na sentença, o juiz Felipe Remonato afirmou que Natanael e Riosney “usavam da posição no Sindicato de Trabalhadores Rurais de Una para angariar vítimas, pessoas simples e na maioria das vezes analfabetas, para cometer diversos crimes, durante anos, de maneira covarde”. Conforme a promotora Alícia Botelho, a ação penal decorreu da Operação Bonsucesso, deflagrada pelo MP no dia 24 de julho de 2018 nas cidades de Ilhéus e Una, com o apoio da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Na ocasião, os dois foram presos e realizadas buscas e apreensões em três residências e em uma agência correspondente bancária. As investigações contaram com o apoio da Coordenadoria de Inteligência e Segurança Institucional (CSI) do MP.