Em algum lugar, a leste da palestina viviam alguns sábios que, às vezes, eram conhecidos como reis magos. Não se sabe muita coisa sobre eles. Dizem alguns eruditos que eles pertenciam a uma ordem religiosa e eram considerados, em seu país, como sacerdotes e filósofos. Outros dizem que eram astrônomos.
OS REIS magos se aventuraram, a uma viagem por caminhos desconhecidos. Uma jornada longa, difícil e cheia de perigos, seguindo uma estrela. Guiados por um sinal, os magos saíram à procura de Jesus: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? A viagem dos magos simboliza a estrada que cada um de nós deve percorrer até Deus. Não basta saber quem é o Messias; é preciso seguir os sinais da História que nos encaminham para reconhecê-lo e aceitá-lo.
CONTA o evangelho de Mateus que os magos ajoelharam-se diante de Menino Jesus e lhe prestaram homenagem. Depois, ”abriram seus cofres e lhes ofereceram seus presentes, ouro, incenso e mirra”. (2,11). Como foram três os presentes, a tradição cristã deduziu que os magos eram três. Também foi a tradição que fez com que eles ficassem conhecidos como Gaspar, Melchior e Baltasar.
OS PRESENTES dos magos nada têm de extraordinário, porque eram típicos do Oriente. O ouro é um metal nobre, usado nas coroas dos reis e em outros objetos das cortes. Por isso, simbolizava a realeza de Jesus. O incenso, uma resina que se obtinha fazendo-se um corte em certa árvore, simbolizava a divindade de Jesus. A mirra, tirada de algumas plantas, simbolizava a paixão e a morte de Jesus. Por isso, compreende-se porque quiseram dar a Jesus, na cruz, mirra misturada com vinho: “Deram-lhe vinho com mirra mas ele não bebeu” (Mc 15,23).
A FESTA da Epifania, ou Santos Reis – como a chama carinhosamente o povo – é uma das mais ricas em sentido. Ela também poderia ser chamada de festa da convocação universal à salvação; festa de Cristo, luz dos povos; festa da fé ou então de festa da unidade das raças. Epifania quer dizer “manifestação”. Trata-se da manifestação de Deus a todos os povos. “Os povos acorrem para a tua luz, os reis para o esplendor da tua aurora” (Is 60,3).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito