Os três estudantes e o motorista que morreram em um acidente envolvendo o ônibus em que estavam, um caminhão e um carro, na BR-030, em trecho da cidade de Guanambi, no sudoeste da Bahia, foram identificados pela polícia do município. Os corpos serão enterrados nesta quinta-feira (3), em Caetité.
As vítimas são os alunos Klausten Lima Ferreira, Lizângela Angélica Gomes e Thaís de Araújo Martins dos Santos, além do motorista Roberto Gonçalves Teixeira. Por meio de nota, a UniFG informou que instalou um ponto de apoio psicológico no campus São Sebastião, para que as famílias tenham a assistência necessária.
O caso aconteceu no final da noite de quarta-feira (2). Por conta do acidente, a prefeitura de Caetité decretou luto de três dias, e a faculdade onde os alunos estudavam suspendeu as aulas entre esta quinta e sábado (5). As atividades só devem voltar na segunda-feira (7).
O centro universitário disponibilizou ainda um ônibus para transportar alunos e professores a Caetité, onde os corpos das vítimas serão enterrados.
Outras nove vítimas com ferimentos graves foram levadas para o Hospital Geral de Guanambi. Uma estudante teve fratura exposta e precisou fazer cirurgia. Ela está internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Segundo a coordenadoria da unidade, os acidentados estão internados e têm quadro estável.
O acidente aconteceu no final da noite de quarta-feira (2). A batida envolveu um caminhão, um carro e um ônibus que transportava estudantes universitários na BR-030, em Guanambi.
Testemunhas contaram à polícia local que o caminhão, que estava carregado de coco, desceu um trecho de serra desgovernado, bateu no fundo do carro e, em seguida, chocou com dianteira do ônibus, no lado em que estava o motorista.
Os três estudantes morreram na hora. O motorista do coletivo teve ferimentos graves na perna, chegou a ser socorrido para o Hospital Geral de Guanambi, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã desta quinta-feira (3).
As vítimas eram da cidade de Caetité e voltavam de Guanambi, onde fica a instituição de ensino onde estudavam (Fonte: G1/BA)
Pais de um dos estudantes foram ao local e encontraram o filho morto:”Arrasados” – Reportagem Correio
Acostumado a noticiar coisas boas e ruins na Rádio Educadora 100,7 FM, em Caetité, o radialista Pedro Silva, pai do estudante Klausten Lima Ferreira, de 30 anos, uma das quatros vítimas fatais do acidente foi pego de surpresa ao receber a informação da batida em seu Whastapp.
Preocupado com a notícia, rapidamente Pedro tentou ligar para o filho, mas no trecho onde ocorreu o acidente não havia sinal. Então, automaticamente, o instinto de pai falou mais alto que a necessidade de checagem da informação e ele resolveu verificar pessoalmente se o ônibus que transportava seu filho era o envolvido no acidente.
Foi aí que Pedro decidiu tirar o carro da garagem e, junto com a esposa, ir até o local do acidente. Segundo o radialista, três ônibus da empresa Lívia Tur faziam o roteiro com os estudantes universitários de Caetité para Guanambi.
“Quando eu soube do acidente em um grupo do Whatsapp, vi que a empresa de ônibus era a mesma que fazia o roteiro dos estudantes e meu filho poderia estar nele. Vi a notícia, ainda com poucos detalhes, tive o instinto de pai, tirei o carro da garagem e fui lá para conferir”, contou o radialista, ainda abalado e sem conseguir detalhar o momento de tristeza que viveu na última noite.
O radialista contou ao Correio que, ao se aproximar do veículo, ainda sem saber o motivo do acidente, se deparou com uma imagem que afirmou que jamais irá esquecer: seu filho morto enquanto voltava para casa.
“Não sei ainda se foi por falta de freio ou por imprudência do motorista do caminhão. Quando me aproximei, o primeiro corpo que vi foi o dele, reconheci na hora. Me deparar com a cena de meu filho morto no local, não dá para traduzir em palavras, estamos arrasados”, afirmou.
Klausten morava com os pais e a irmã, a recém-formada em direito Julia Caroline, com quem o rapaz há poucos dias celebrou por conta da aprovação no exame da Ordem dos Advogados da Brasil (OAB-BA).
Ele, que era formado em administração, e fazia o primeiro semestre do curso de engenharia civil, sua segunda graduação, trabalhava como bioconsultor ambiental na cidade natal. Para o pai do rapaz, a segunda graduação era um sonho que ele tinha desde pequeno.
Depois de ver o corpo do filho no local do acidente, o radialista confessou que não conseguiu mais dirigir seu carro até em casa e cedeu seu veículo para que um amigo da família conduzisse os parentes de volta para casa.
Sobrevivente
O Correio também conseguiu contato com um dos estudantes sobreviventes do acidente. Sem se identificar, ainda em estado de choque, um aluno do curso de medicina veterinária relatou o momento de tensão que viveu durante o impacto, que acabou arremessando vários passageiros para a frente.
“Fomos arremessados para frente, os cocos do caminhão entraram no ônibus e atingiram algumas pessoas. Havia muita água de coco dentro do ônibus. Eu pensei que fosse sangue porque estava muito escuro não dava para ver nada”, lembrou.
Após o desespero, ainda sob muitos gritos, os estudantes começaram a quebrar as janelas do veículo para tentar escapar. “Quebramos as janelas e o pessoal começou a pular para se salvar. Minha amiga pedia para eu tirar os cacos de vidro do braço dela. As pessoas choravam e gritavam muito”, completou o estudante.
Fontes: G1 Bahia/Correio