O Papa Francisco deu posse neste sábado (28) a 13 novos cardeais, incluindo o primeiro afro-americano a ocupar o cargo, expandindo ainda mais o impacto do pontífice no grupo que um dia elegerá seu sucessor.
Wilton Gregory é arcebispo de Washington, nos Estados unidos, e tem 72 anos.
Os cardeais foram empossados em uma cerimônia, conhecida como consistório, que foi consideravelmente reduzida por causa da pandemia de Covid-19. Dois deles, inclusive, estiveram ausentes, já que não puderam viajar em razão das restrições de deslocamento.
Cada cardeal podia convidar apenas dez pessoas para ir à Basílica de São Pedro – um número bem menor que em anos anteriores.
Os 11 novos cardeais presentes, todos com os trajes litúrgicos vermelhos, acompanharam a cerimônia de máscara e com distanciamento uns dos outros para evitar a propagação do vírus.
Nove dos 13 cardeais têm menos de 80 anos e são elegíveis, segundo a lei da Igreja, para entrar em um conclave secreto para escolher o próximo papa entre eles, depois que Francisco morrer ou renunciar.
Foi o sétimo consistório de Francisco desde sua eleição, em 2013. Ele já nomeou 57% dos 128 cardeais eleitores, a maioria dos quais compartilha sua visão de uma Igreja mais inclusiva.
Até agora, ele nomeou 18 cardeais de países que nunca haviam tido um – quase todos vindos de países em desenvolvimento. No consistório deste sábado, Brunei e Ruanda tiveram seus primeiros cardeais. Além deles, há seis italianos, um mexicano, um maltês, um espanhol, um americano e um filipino.
Embora a Europa ainda tenha a maior parcela de cardeais eleitores, com 41%, esse número caiu em relação aos 52% de 2013, quando Francisco se tornou o primeiro papa latino-americano.
Tentação de cometer ‘corrupção’
Na cerimônia deste sábado, o papa advertiu os 13 novos cardeais que receberam o título sobre a tentação de cometer atos de “corrupção” durante a vida religiosa e, sobretudo, de sentir-se uma “eminência”.
“Pensem em todos os tipos de corrupção que podem encontrar na vida religiosa”, afirmou o pontífice durante a cerimônia de investidura dos 13 novos cardeais, com dois ausentes, que não conseguiram viajar devido à pandemia de coronavírus.
“Todos amamos Jesus, todos queremos segui-lo, mas devemos estar sempre atentos para seguir em seu caminho.”
Ele advertiu: “Por exemplo, o vermelho púrpura do hábito cardinalício, que é a cor do sangue, pode se tornar, pelo espírito mundano, uma distinção eminente. Assim, a pessoa não se sente mais um pastor, e sim uma eminência. Quando você sentir isso, você se sentirá fora do caminho”.
Francisco entregou em seguida o título cardinalício, assim como o anel e o barrete aos novos cardeais.
Fonte: G1 BA