Após ter ficado uma semana foragido, o líder caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, foi localizado pela Polícia Federal escondido em um hotel no México e deve ser preso nesta quinta-feira, para então ser transportado de volta ao Brasil.
Os investigadores da PF vinham rastreando o paradeiro de Zé Trovão desde a quarta-feira da semana passada, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes expediu uma ordem de prisão contra o caminhoneiro por incitar um ato antidemocrático no dia 7 de setembro. Detectaram que ele havia deixado o Brasil antes da ordem de prisão, por meio de um voo para o México, e estava em um hotel na Cidade do México.
Mesmo foragido, Zé Trovão continuou gravando vídeos e incitando os atos do dia 7 de setembro. Nos últimos dias, ele pediu aos caminhoneiros que fechassem as rodovias, o que tem ocorrido desde ontem. Mais cedo, antes de ser preso, questionou a veracidade de um áudio do presidente pedindo que os caminhoneiros liberassem as rodovias.
Nesta quinta-feira, o próprio Zé Trovão divulgou um vídeo nas suas redes sociais afirmando que havia sido localizado e que iria se entregar para ser preso.
— Em algum momento, eu devo ser preso. Eu não vou mais fugir, chega. Eu tô cansado disso, tá. Pra quem não sabe, eu estou no México e a embaixada brasileira acaba de entrar em contato com o hotel que eu estou. Então em alguns momentos, provavelmente, a polícia vem aqui me recolher e vai me levar preso —afirmou.
Zé Trovão é caminhoneiro e dono do canal no Youtube “Zé Trovão a voz das estradas”, que tem 40,2 mil inscritos. Em seus vídeos e postagens nas redes sociais, chamava a população para ir a Brasília e exigia a “exoneração dos 11 ministros do STF”. Em outros vídeos, fez ataques à CPI da Covid, no Senado, além de ter participado de “motociatas” em favor do presidente Jair Bolsonaro. No último dia 29, o caminhoneiro se tornou um dos alvos da investigação da PGR.
À época, além de Zé Trovão, o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), entre outros, tiveram suas casas revistadas pela Polícia Federal após a PF cumprir 29 mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais.
Fonte: O Globo