Pedrinho estreou como profissional este ano e chamou a atenção pela habilidade com a bola nos pés, mas ultimamente o nome dele tem ganhado as manchetes por um entrave extracampo que já chegou à esfera judicial.
Nesta quarta-feira (15) surgiu mais um fato sobre a transferência do lateral revelado no Vitória para o Athletico-PR. O clube paranaense alegou que o jogador de 19 anos estava livre no mercado quando o contratou e, portanto, não deve valores à agremiação baiana. A informação foi publicada inicialmente pelo site Galáticos Online e confirmada pelo CORREIO.
“Note-se que sem a concretização/assinatura do contrato de transferência e rescisão prematura do contrato de trabalho pelo Vitória, o Atleta Pedro Henrique Azevedo Pereira ficou livre, sem vínculo desportivo, sendo contratado pelo Club, sem a realização da transferência outrora tratada pela Partes”, diz um trecho da defesa anexada pelo Athletico Paranaense à ação que corre na 10ª vara cível e comercial de Salvador.
Pedrinho chegou à Toca aos 10 anos e, em fevereiro, renovou o vínculo com o rubro-negro até 2024. A rescisão do contrato com o Leão foi publicada no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF no dia 20 de agosto e a assinatura do vínculo de cinco temporadas com o Athletico-PR se deu depois disso.
O atleta viajou a Curitiba no final de agosto, realizou exames médicos e retornou a Salvador, mas o imbróglio sobre onde jogaria no restante da temporada fez com que ele não voltasse a treinar na Toca do Leão. Pedrinho ficou mantendo a forma física com a orientação de um preparador físico particular até o último dia 4, quando viajou em definitivo para se apresentar ao Athletico-PR. Atualmente, ele treina e mora no CT do Caju, do clube paranaense. A última vez que entrou em campo foi em 15 de agosto, na 18ª rodada da Série B, quando o Vitória empatou em 1×1 com o CRB.
Segundo o Vitória, o acordo com o Athletico prezava que o jogador seria regularizado pelo Furacão e, em seguida, emprestado ao Leão até o final da Série B, o que não ocorreu. Segundo apuração do CORREIO, o jogador foi negociado por R$ 8,5 milhões, e o Athletico pagaria a primeira parcela de R$ 3 milhões nesta semana, o que não ocorreu. Os demais R$ 5,5 milhões seriam pagos em parcelas futuras.
Em nota divulgada na terça-feira (14), a diretoria do clube baiano afirmou que “desconhece os motivos para o não cumprimento do contrato celebrado entre os clubes, assim como para o não pagamento do valor ajustado”. No comunicado, assinado em nome do presidente em exercício Luiz Henrique Viana, o Vitória também informou que entrou com uma medida processual na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, “para fins de impor ao Athletico Paranaense o cumprimento do acordo”.
No entanto, a defesa do Athletico-PR informou “que inexistem comprovantes de pagamento ou vencimentos previstos decorrentes da então pretensa transferência dos direitos federativos e econômicos do atleta Pedro Henrique Azevedo Pereira, notadamente porque as negociações neste sentido não foram finalizadas”.
A questão é que a venda de Pedrinho estava associada também à negociação do volante Pablo Siles, totalizando R$ 10 milhões. O Vitória receberia do Athletico-PR o valor de R$ 8,5 milhões por Pedrinho e mais R$ 1,5 milhão pelo volante, que pertence ao Danubio, do Uruguai, e está emprestado ao Leão até o final da Série B.
No entanto, a negociação de Pablo Siles não foi concretizada, como reforça o Athletico-PR em defesa anexada à ação que corre na Justiça. “É verdade que o Vitória e o Club iniciaram tratativas para contratação do atleta Pedro Henrique Azevedo Pereira, negociações estas que eram subordinadas e conectadas à contratação de Pablo Fabricio Siles Morales. Entretanto, tendo em vista as divergências inafastáveis entre as partes, as negociações não se perfectibilizaram da forma pretendida e proposta pelo Club”.
Fonte: Correio