Para reservar um lugar na fila de recadastramento do CadÚnico, beneficiários de programas sociais colocaram cadeiras, manequins, caixas e até pedaços de madeira. A estratégia foi adotada no ponto do bairro da Barroquinha, em Salvador, por causa da aglomeração e do baixo número de senhas – apenas 100.
A medida também foi usada porque alguns beneficiários não tiveram condições de passar a noite no local, seja por causa da idade, do frio, ou por terem crianças para cuidar. Uma dessas pessoas é Jaguaracira, que disse ter chego ao local na noite de quarta-feira (3).
“Eu cheguei ontem por volta de 7h. Fiquei aqui até meia noite, fui em casa, tomei banho, depois tornei a voltar, pedi a alguém para olhar [o lugar], tirei um cochilo e voltei, para poder conseguir [recadastrar]. A fila está muito grande, é muita gente. E tem o desemprego também”, ponderou ela.
Aberto no bairro da Barroquinha nesta quinta-feira (4), o novo local para atualizar os dados dos usuários teve registro de confusão, além da fila (leia mais ao fim destes texto). Assim como Jaguaracira, boa parte dos beneficiários chegou ao lugar ainda na quarta-feira (3).
O novo lugar fica na região do terminal rodoviário e foi instalado para descentralizar o cadastramento que originalmente fica no bairro do Comércio – que também gera muitas filas.
Confusão e assalto
Por volta das 6h30, houve uma correria no ponto de recadastramento. Uma jovem, sobrinha de Jaguaracira, teve o celular roubado por um homem. Por causa do assalto, muitas pessoas da fila começaram a gritar pedindo socorro e ajuda a policiais militares, que têm uma base fixa no bairro.
“Foi muito rápido. Ele falou que estava com a faca na mão e falou que se eu não corresse e andasse para frente que ele ia meter a faca em mim. Eu estava descendo para a fila. Aí ele me ameaçou com a faca, eu dei o celular e chamei meu esposo”, contou ela, que não teve nome divulgado.
A situação foi controlada pela Polícia Militar, que conseguiu recuperar o celular da jovem e deter o suspeito do roubo. Ele deverá ser encaminhado para a Central de Flagrantes, onde o crime será registrado.
G1