O tricampeão mundial pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ), Thaynã Higor, de 25 anos, foi morto a tiros por um homem em frente a um restaurante em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na noite da última quarta-feira (12).
Segundo divulgado pelas autoridades nesta quinta-feira (13), o paratleta foi a primeira vítima do atirador, que invadiu o estabelecimento e matou outro homem.
Um vídeo obtido pelo g1 mostra que Thaynã Higor estava aguardando um transporte quando foi abordado pelo criminoso, por volta das 23h, em frente ao restaurante Katsuya, localizado na avenida Marechal Mallet. O vídeo mostra o homem atirando contra o paratleta.
As imagens mostram que, após o disparo, três clientes que estavam no restaurante se assustaram e tentaram sair do local. Em seguida, o atirador apontou a arma para os clientes, que voltaram correndo para o comércio.
Em seguida, o atirador entrou no restaurante e apontou a arma para outros clientes. O homem atirou mais uma vez e matou um idoso. Depois disso, ele fugiu. O criminoso foi perseguido por moradores e entrou em uma pizzaria, onde fez reféns, mas acabou sendo preso.
Thaynã tinha uma lesão no plexo braquial, que limitava os movimentos e a desenvoltura muscular do braço esquerdo, por conta de um erro médico durante o seu parto. A limitação, porém, foi superada pelo talento e a força de vontade do lutador, que sonhava com o crescimento da modalidade.
O atleta começou a treinar jiu-jitsu em 2010. Mesmo com a oficialização de alguns torneios para pessoas com deficiência, ele não deixou de lutar os torneios convencionais, para pessoas sem deficiência.
Os campeonatos para a categoria dele no Brasil começaram em 2014. Ele foi tricampeão brasileiro e mundial nos campeonatos organizados pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ). Em 2018, ele sagrou-se bicampeão do Abu Dhabi World Festival ParaJiu Jitsu, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Na época, ele concedeu entrevista ao ge.com e falou dessa conquista. “Foi gratificante demais, pois batalhei muito com os meus professores e amigos de treino. Foi uma rotina pesada de jiu-jitsu e funcional com minha preparadora física. Fora a correria, com familiares e amigos, para conseguir patrocinadores para custear as despesas da viagem. Mas tudo foi recompensado com o pódio, tirei um peso das costas e fiquei com aquele sentimento maravilhoso de dever cumprido. Todo esforço valeu a pena”.
Fonte: g1/Santos