As eliminações na Copa do Brasil e no Campeonato Baiano devem provocar profundas mudanças no Vitória. Além da demissão do executivo de futebol, Edgard Montemor Filho, o presidente rubro-negro Fábio Mota, pretende entregar o cargo em breve.
A informação foi divulgada inicialmente pelo jornalista Marcello Góis, do site Arena Rubro-Negra, e confirmada pelo CORREIO. A decisão teria sido tomada após Mota receber ameaças de morte contra ele e sua família. De acordo com o estatuto do Vitória, o vice-presidente Djalma Abreu assumiria o cargo interinamente, e uma nova eleição teria que ser convocada.
Caso Mota confirme a renúncia, ele deixaria o comando do clube após pouco mais de dois meses de mandato. O dirigente foi eleito em setembro do ano passado, para o triênio 2023-2025, ao receber 66,4% dos votos e superou os concorrentes José Guerra, Victor Mendes e Ângelo Alves.
Mota, porém, já estava no cargo. Ele assumiu em outubro de 2021, após o afastamento do então presidente Paulo Carneiro e a licença do vice-presidente Luiz Henrique. Por ser o presidente do Conselho Deliberativo na época, era o próximo na linha sucessória. Ficou como interino até maio do ano passado, quando Paulo Carneiro foi destituído. Assim, acabou efetivado.
Má fase
A renúncia aconteceria em meio a uma temporada turbulenta do Vitória. No domingo (26), o Leão foi eliminado na primeira fase do Campeonato Baiano pelo quinto ano consecutivo. Na quarta-feira (1), caiu na primeira fase da Copa do Brasil, após derrota por 2×0 para o Nova Iguaçu-RJ fora de casa.
A situação também é dramática na Copa do Nordeste. Com dois pontos em cinco jogos (aproveitamento de 13%), o time é o vice-lanterna do Grupo A e está a cinco pontos do G4, faltando três rodadas.
O cenário deixa o rubro-negro perto de mais uma eliminação precoce, e a nova queda pode ocorrer caso perca o clássico contra o Bahia, domingo (5), às 16h, na Arena Fonte Nova.
Até aqui, o rubro-negro disputou 17 jogos na temporada, com cinco vitórias, cinco empates e sete derrotas, aproveitamento de 39%. São 20 gols marcados e 24 sofridos. No dia 7 de fevereiro, o clube anunciou o técnico Léo Condé como substituto a João Burse. Mas o treinador ainda não conseguiu ganhar: em seis partidas, soma três empates e três derrotas, rendimento de 17%.
O CORREIO tentou contato com Fábio Mota e não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Instável
Se Fábio Mota confirmar a renúncia, o Vitória irá para o oitavo presidente em 10 anos, sem contar os interinos (Agenor Gordilho e Luiz Henrique Viana). Desde o fim de 2013, ninguém se estabilizou no cargo. Um grande contraste em comparação com Alexi Portela Júnior, que passou oito anos à frente do clube, de novembro de 2005 a dezembro de 2013.
CN | Correio