Após quase três anos de espera, incluindo o período de um processo judicial, a jornalista e fotógrafa Céu Ramos de Albuquerque conseguiu o direito de retificar o nome e o sexo na certidão de nascimento. Ela é a primeira pessoa intersexo de que se tem notícia em todo o Brasil a fazer a alteração com esse termo no registro civil, segundo a Associação Brasileira Intersexo (Abrai).
Segundo a Abrai, as pessoas intersexo são aquelas que têm características sexuais que, desde o nascimento, não se enquadram nas normas médicas e sociais para corpos femininos ou masculinos. Essas características podem estar relacionadas a cromossomos, órgãos genitais, hormônios, entre outros.
O g1 acompanhou o momento em que a recifense de 32 anos — que já fez oito cirurgias para corrigir uma mutilação sofrida na infância (saiba mais abaixo) — foi buscar o documento, na quinta-feira (7), no Cartório de Registro Civil de Olinda, onde mora hoje e foi registrada quando nasceu (veja vídeo acima).
“Estou muito feliz, mesmo. É algo que eu queria há muito tempo: a mudança do nome para Céu, que já uso há mais de dez anos. Então, ser reconhecida oficialmente como Céu está sendo a coisa mais incrível de toda a minha vida. E também ter essa mudança para ‘intersexo’ e ser esse marco histórico”, declarou a jornalista.
Fonte; g1